(by Luiz Henrique Prieto)
Bela morena, serena...
Alma pequena ?
Diria-te Etna, o siciliano vulcão.
Exteriormente adormecido, endurecido
Fervilha por dentro, em magma incandescente,
Prestes a explodir...
Cabelos longos negros, feito crina do mais belo puro-sangue,
Escorrem pelos ombros, emoldurando
Alva face de olhos cabisbaixos...
Que trazem consigo uma pequena centelha
Tal qual a que permanece viva,
Em meio às cinzas resultantes de lenha queimada
Esperando apenas uma leve brisa para avivá-la...
Tímida, acanhada...
Desafiou, seminua, Netuno e seu poderoso tridente...
Porém, nem mesmo o Deus das Águas resistiu...
Incólume e encantado, assistiu à mutação ninfa-sereia...
Que o digam as águas do mar...
Serelepes, lambiscam as belicosas pernas...
O sol, presunçoso pretendente, bem que tentou apoderar-se do
teu corpo.
Porém, foi Netuno que, com um sopro leve e suave feito
brisa,
Fez desaparecer, gotícula por gotícula, a salobre
água-marinha
Que insistia em permanecer impressa em sua tez macia...
E, como se quisesse retribuir à sutil e ousada gentileza,
Teus pelos, inteiramente eriçados, compreenderam o chamado.
Quedou-se na areia, deixando-se devorar pelas ondas.
Corpo em espasmos, incontroláveis.
Desperta Etna, novamente para a vida,
Jorrando tua lava poderosa...
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