(by Luiz Henrique Prieto)
Queria, num fim de tarde, pegar minha garota e sair por aí.
Entrelaçar os dedos, tomar um sorvete, um suco ou quem sabe um açaí.
Andar a toa mesmo, sem destino ou direção.
Deixar guiar os passos que obedeçam o coração.
Olhar vitrines, ver um filme, enlaçar-lhe a cintura....
Afastar o cabelo que, teimosamente, cai sobre os olhos.
Ah, os olhos...
São de uma cor que nem as palhetas de Da Vinci criariam!
De uma profundidade que me convida a mergulhar em seus mistérios.
E de uma vivacidade tão intensa, mas tão intensa, que chego a ver pequenas labaredas bailando, desvairadamente.
O sorriso perolado, feito garota-propaganda de comercial de creme dental, não pela brancura, mas pelo jeito sapeca que cada canto da boca insiste em querer alcançar o lóbulo da respectiva orelha.
Perfume feito do mais puro jasmim.
Olhos semicerrados, aspiro bem fundo, tentando reter nos pulmões o leve ar adocicado.
E sorrio!
Desfazendo o olhar nissei, sorrio novamente e me pergunto: onde está minha garota?
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