(by Luiz Henrique Prieto)
Tempos
atrás, inventei de imitar Ícaro...
E voei o mais alto que pude, sonhando tocar as
estrelas.
Mas,
quando estava no alto, bem lonjão...PLOFT!
A
cera derreteu e, caindo a uma velocidade vertiginosa, me estabaquei no chão.
Tomei
trauma de voar.
Fiquei
um bom tempo rastejando, enquanto os ossos do corpo, esmigalhados na queda,
eram pacientemente reconstituídos.
Engatinhei.
Me
pus de joelhos.
Me
ergui, lentamente.
E
quando a postura estava mais ereta e havia firmeza nos ossos, reaprendi a caminhar,
pé ante pé.
Depois
corri.
E
agora descobri que perdi o medo de voar novamente.
Estou
nas alturas, planando.
Feito
ave, sentindo a brisa beijar o meu rosto.
O
sol me aquece e me encoraja a subir mais e mais.
A
lua parece querer me desafiar, como se desejasse roubar as estrelas todas para
si.
Sei
que posso alcançá-las, tocá-las.
Mas
há um complô Sol-Lua, criando ardis para que eu me encante com o brilho das
estrelas e tenha as asas novamente derretidas e despenque mais uma vez.
Tsc,
tsc...
Mal
sabem que hoje sou feito de um material mais resistente.
E,
ainda que caia, não vou me estabacar no chão, pois aprendi mil e um truques
sobre como fazer suaves pousos de emergência.
Mesmo
que caia, tentarei mais uma vez.
E
mais outra.
Até
conseguir minha estrela.
Pois
sou um incansável sonhador.
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