CUPIDO

C U P I D O

(Luiz Henrique Prieto)

Meus pensamentos são controversos

Meus sentimentos, muito dispersos

Risco, rabisco, nada de versos.

Sofres, coração malquisto

Em calabouços de ratos infestos!

Tormentas, ventos a esmo.

No frio sibério estremeço.

O que queres, cupido travesso?

Flecho teu peito certeiro.

Teu coração espeto, matreiro

Choras?

É amor verdadeiro!

SORRISO ENSOLARADO

Tem dia que está tudo nublado.

E, por mais que você se esforce,

não consegue vislumbrar o sol por detrás das nuvens.

Aí, aparece aquela pessoinha especial,

segura sua mão e lhe diz que,

se espremer os olhos bem espremidinhos,

você conseguirá enxergar os raios de sol entre as frestas cinzentas.

Nesse instante, abre-se um sorriso e tudo ao redor fica iluminado.

E o que era noite escura e sombria, vira dia ensolarado.

(Luiz Henrique Prieto)

CHEIRO DE GENTE

(Copiei adaptando)

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas a gente se sente sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente deita na relva e fica contando estrelas no céu.
Caladinhos.
Apenas ouvindo o cri cri dos grilos e o barulhinho do riacho.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.

O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo que a gente não largava.
De passeio no jardim.

Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.

CRIME?

(Luiz Henrique Prieto)

Se for crime pensar em você
Me julgue, me condene, me prenda
Mas não me prive de gozar
Os prazeres e as delícias
De sorrir quando ouço tua voz

De suspirar
Quando me chama de “delicinha”
Ou do gostoso que é ficar ao seu lado
Deitado, à toa na grama
Contando estrelas e ouvindo o canto dos grilos

É crime?
Então sou o criminoso mais sádico que existe!
Julgue, condene, me prenda

Mas não me desprenda
Dos grilhões desse gostoso
Gostar de ti...