terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2009...THE END

(Gentilmente cedido por Cristiane Ferreira)

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.

É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.

Claro que a vida prega peças: O bolo não cresce, o pneu fura, chove demais, perdemos pessoas que amamos...

Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?

Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho?

Eu quero viver bem...

E você?

2009 foi um ano cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões, tristezas e perdas, reencontros...

Normal...

2010 não vai ser diferente.

Muda o século, o milênio muda, mas o Homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí?
Fazer o quê?
Acabar com seu dia?
Com seu bom humor?
Com sua esperança?

O que eu desejo pra todos nós é sabedoria.

E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência.

O nosso desejo não se realizou? Beleza...

Não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento (me lembro sempre de uma frase que ouvi e adoro: 'cuidado com seus sonhos e desejos, eles podem se tornar realidade').

Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano... Mas, se a gente se entender e permitir olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes. Desejo para todo mundo esse olhar especial!

2010 pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, especial!!!

Depende de mim...

De você!

Pode ser... E que seja!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

HO HO HO ! ! !

(por Luiz Henrique Prieto)

O Natal chegou...

E com ele, um montão de dúvidas.

Afinal, o que é mesmo que vamos comemorar ?

Ah, sim...A chegada de PAPAI NOEL !

Mas, quem é esse tal de NOEL ?

Um velhinho bondoso, que distribui presentes a todos aqueles que se comportaram direitinho durante o ano que passou.

Hum...Será mesmo ?

Será que as crianças da África, do Jequitinhonha, dos lugares mais pobres do nosso planeta, terão os seus desejos atendidos ?

E o que dizer dos sem-teto, que vagam incertos pelas ruas, revirando o lixo em busca de comida, dormindo embaixo de marquises ou mesmo ao relento, transformando jornais velhos em lençóis, papelão em cobertor, realidade cruel e fria em sonhos belos, inalcançáveis.

Noel, o bom velhinho, que viaja o mundo num trenó, puxado por renas, tornou-se, ao longo do tempo, muito mais famoso e lembrado do que um certo menino, nascido há 2.008 anos.

Pois é, minha gente...

Natal é tempo de comemorar o nascimento do Menino Jesus !

Passamos horas a fio, andando de um lado a outro, preocupados em comprar presentes, mas não perdemos tempo ouvindo alguém que necessita apenas de uma palavra de consolo, de um abraço reconfortante...

Gastamos um tempo imenso preparando quitutes e guloseimas para a Ceia de Natal, mas não gastamos muito do nosso precioso tempo alimentando o espírito com a palavra do Mestre...

Compramos roupas e sapatos, cuidamos da aparência, nos perfumamos, tudo para receber amigos e parentes na noite de natal, mas não temos coragem de receber, verdadeiramente,

Cristo em nossa vida, em nossos corações.

Justo Ele, que é o aniversariante maior, não é convidado para a própria festa de aniversário.

Participamos de amigos-ocultos, trocando presentes, elogios e carinhos com pessoas que às vezes nem conhecemos, mas nem lembramos do Amigo mais secreto que temos: aquele que temos vergonha e receio de apresentar às pessoas, com medo do que vão pensar de nós.

Aquele mesmo, que está ao nosso lado em todos os momentos, mas que maldizemos quando tudo parece dar errado !!!

Amigos, nada contra o natal dos presentes, das comidas, do comércio.

Faço apenas um convite aos verdadeiros homens de bem:

Doem àqueles que se encontram nas ruas, nos presídios, nos leitos dos hospitais...

Doem àqueles que, na noite de natal, não terão um pão sequer para comer, uma pessoa sequer para abraçar...

Doem àqueles que perderam a alegria de viver, àqueles que perderam a fé e a esperança...

Mas doem o que o nosso querido Mestre Jesus deu a todos aqueles que lhe cruzaram o caminho...O seu tesouro mais precioso: O AMOR !

FELIZ NATAL !!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SPA...OÁSIS...

(por Luiz Henrique Prieto)

Vivemos numa correria danada...

São as maravilhas do mundo moderno.

Acordamos sobressaltados, coração aos pulos, expulsos da cama pelo insistente despertador que nos interrompe os sonhos mais belos.

Se mal temos tempo de tomar um café da manhã em família, quem dirá distribuir um alegre "Bom Dia !" entre nossos entes queridos.

Vamos ao trabalho e, assim como nas nossas relações, somos automatizados.

Acabaram-se os poemas cafonas, escritos em papéis amarrotados.

Flores então, nem pensar.

Já inventaram powerpoints, mensagens instantâneas, via celular, e até maneiras de terceirizar o que você tem a dizer para os outros.

No corre-corre do dia-a-dia, passamos por nossos semelhantes na rua, sem sequer, dirigir-lhes um olhar.

E ai daquele que nos der um encontrão !

Contudo, minha gente, em meio à toda essa confusão, a esse caos em que se transformou viver no mundo moderno, em plena área central, onde predominam o barulho infernal, a poluição e um mar de gente que mal se cumprimenta, encontramos um oásis.

Mas não um oásis qualquer...nesse, encontramos aconchego, paz, harmonia e um "quê" de santidade.

Uma espécie de spa para o espírito e para a mente.

Nesse oásis, semanalmente, é oferecido um suntuoso banquete, regado a energia positiva, boas vibrações, sábias palavras, abraço fraternal e um "oi, princesa!" ou um "oi, meu lindo!", ditos com a mais cristalina pureza do coração.

Ah, e como não falar na famosa "cumbuca mágica" ?

Famintos e sequiosos, procuramos nos satisfazer, cada qual conforme a fome que lhe apetece.

E por alguns momentos, breves sim, mas bastante proveitosos, nos entregamos às delícias de renovar o espírito e nos preparar para retornar ao desvario que nos oferece o mundo moderno.

Minha gente, queira Deus e nos permita a espiritualidade que o nosso banquete continue a ser servido por muitos e muitos anos, e que, ao sairmos do oásis, não nos esqueçamos de levar um pedacinho do alimento àqueles que necessitam.

(*) Conheça esse maravilhoso spa: Tarefa Amor - Rua Espírito Santo, 1.111 - Centro - BH - Reunião toda quarta-feira, de 18:00 h às 20:00 h

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

EU VENHO EM PAZ

(por Luiz Henrique Prieto)

Parem com as guerras !
Chega de intolerância !

Respeite a minha raça,
Minha crença, minha religião !

Vamos, abra um sorriso !
Abra seus braços !
Abra seu coração !

Faça como as crianças:
Ame, de coração aberto !

Aceite-me, com meus defeitos,
Com minhas fraquezas,
Com minhas diferenças !

Segure minhas mãos,
Convide-me para sua mesa,
Sente-se ao meu lado !

Não tenha medo...
Eu venho em paz !

Renove, a cada dia,
A esperança de um mundo melhor !

Sem fronteiras, sem ódio.
Repleto de solidariedade e amor.

Faça com que o espírito de natal
Floresça em seu coração todos os dias !

Torne-se uma árvore de natal:
Faça com que seus galhos
Se estendam em todas as direções
Ajudando a quem precisa !

Que sua estrela maior
Ilumine os corações sombrios !
E que suas folhagens
Abriguem os desprotegidos !

Vamos, abra um sorriso !
Abra seus braços !
Abra seu coração !

Não tenha medo...
Eu venho em paz !

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

HOMEM CHORA SIM !!!

(por Luiz Henrique Prieto)

Como eu gostaria tanto de poder voltar no tempo....

Viver e reviver...

... aquele mundinho encantado, onde o único inconveniente era o tempo curto demais para as brincadeiras...

... aquela fase adolescente, de beijos roubados, amores fulminantes, paixões arrebatadoras, namoricos no portão...

... aquela época em que o namoro era um compromisso sério, quase um casamento, onde era proibido até pensar em outra pessoa...

... aquele período dos bilhetinhos apaixonados, do “beijinho ao próximo” (velha brincadeira, onde os participantes eram obrigados a andar de dedos cruzados, e ai daquele que fosse pego “descruzado”...pagava uma prenda, beijando quem a gente quisesse!)...

... aquelas fases fantásticas: Papai Noel e Coelhinho da Páscoa...

... aquela fase em que, mamãe era uma super-heroína, disfarçada de mãe...

... aquela fase em que eu acreditava que todos os corações eram puros, que as almas eram transparentes, na honestidade do sorriso das pessoas, na sinceridade dos olhares, na verdade das palavras....

Mas cresci....

Infelizmente....

E hoje vivo a realidade, dura e fria, do mundo adulto....

Aprendi que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa eram protagonizados por mamãe, que fazia das tripas coração para dar de comer a seis bocas famintas, que nunca compreenderam seus esforços para manter a pequena prole sempre unida....

Pobres, sim, mas educados, bem cuidados e de bom caráter.....

Aprendi...

...que fantástico é o amor de criança: puro, simples e verdadeiro....

...que os adultos usam mil artimanhas para enganar e trair, e que espertos mesmo, são aqueles que vivem iludindo....

...que não existe aquele amor inocente da velha infância....

...que existem intrigas, mentiras, que aquele olhar “apaixonado” nada mais é do que um simples artifício da sedução...

... que a vida é dura com quem tem o coração bom, e que para ser amado, precisa-se maltratar a quem se ama...

... que amar demais machuca, que perdoar é ridículo, e que fazer qualquer coisa por amor, é estar fazendo “papel de palhaço”....

... que escrever bilhetinhos é cafona....

... que dizer “Te Amo” é tão simples e falso quanto o amor que sentimos...

... que expor os sentimentos é arriscado, antiquado e perigoso...

... que as pessoas namoram, não por estarem apaixonadas, mas por medo de ficarem sozinhas...

... que é fácil demais para alguns, simplesmente substituir “a mulher da minha vida” pelo primeiro nome que aparece na agenda...

... que as juras de amor eternas, não passam de um emaranhado de falsidades, mentiras e amor supérfluo, daqueles que acabam tão rápido quanto uma limonada geladinha num dia quente de verão....

... que amar machuca, dói mais que Benzetacyl no bumbum....

Cresci...

E vi que o mundo não é perfeito e que nem todas as pessoas são felizes....

Ah, e aprendi que homem que é homem, chora sim....

Chora porque não é de ferro, porque tem sentimentos...

Porque no fundo, no fundo, ainda tem o coração puro e as ilusões de criança.....

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O QUE AS "CORRENTES" NÃO ENSINAM...

(por Luiz Henrique Prieto)

Freqüentemente tenho recebido e-mails que ensinam a evitar assaltos nos sinais, ficar atento a pessoas “suspeitas” nas ruas, prevenindo contra seqüestros-relâmpago, alertando sobre um sem-número de novos golpes aplicados por facínoras...

Graças a essa enxurrada de precauções, nem saio mais de casa...

E graças à quantidade de “correntes” que não passei adiante, hoje sou broxa, caolho, manco de uma perna, me tornei um miserável, perdi todos os meus amigos, não faço sexo há três anos, fui excomungado, sou um tremendo azarado, fui amaldiçoado e Deus me abandonou...

Curioso como essas pragas proliferam pela internet na velocidade da luz...

Mais curioso ainda é que ninguém nos ensina a ser gentis com os outros ou a ser tolerantes com as diferenças.

Ninguém nos ensina a apreciar as coisas belas da vida, presentes nas mais “insignificantes” manifestações da natureza...

Uma flor, um passarinho, um inseto...

Ninguém nos ensina a dizer “bom dia, boa tarde ou boa noite” aos nossos familiares...

Afinal, se um parente é gentil contigo, talvez esteja planejando o seu seqüestro...

E o que dizer do filho, que corre na sua direção para lhe encher de beijos e lhe dar um abraço verdadeiro ?

“Esse aí deve estar querendo um aumento de mesada”...

E coitada daquela pessoa do mesmo sexo que o seu, que lhe dirige um sorriso ou lhe faz uma gentileza...

”Deve ser bicha ou sapatão”...

Pois é...

As benditas correntes e o “Manual do Terror” ensinam a nos afastar das pessoas, a deixar de lado o convívio social...

Nem sabemos como é a cara do nosso vizinho, uma vez que morremos de medo de abrir o portão...

Coitado dele se passar mal de madrugada...

Os relacionamentos se tornaram virtuais...

E superficiais...

É preciso resgatar a essência do ser humano, a sinceridade, a crença no homem bom, independente de qual seja a sua religião, raça, credo ou opção sexual...

Aprenda a apreciar as pessoas não pelo que elas têm de bens materiais...

Imite a sinceridade e o amor puro das crianças...

Adote a gratidão e a lealdade dos animais...

Aceite o seu corpo tal qual Deus o fez...

E não tenha vergonha de sorrir, mesmo que lhe faltem os dentes...

Afinal, o sorriso vem da alma e se esta estiver podre, nem dentes de ouro lhe salvarão...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

VAMOS MALHAR DO JEITO CERTO ?

(por Luiz Henrique Prieto)

Malhar

12.Bras. Gír. Fazer ginástica vigorosa visando a musculação ou emagrecimento. (*)

Musculação

3.Restr. O conjunto de exercícios de ginástica destinados a desenvolver e fortalecer os músculos do corpo. (*)

Porque vamos à academia?

a) Por recomendação médica – Sedentarismo faz mal à saúde!
b) Por questões estéticas – Emagrecer faz bem à saúde!
c) Para matar o tempo, vendo gente bonita e saudável – Um colírio para os olhos...

Ok, ok !!!

Todos vão à academia, às praças, às pistas de cooper, pelos mais diversos motivos.

Mas, no fim das contas, o objetivo é quase sempre o mesmo: queimar calorias!

E porque queimamos calorias ?

Porque, decerto, o organismo acumulou, em alguma parte do corpo, as benditas GORDURAS!

Localizadas ou não, são um incômodo sem precedentes.

Aí nós, pobres mortais, quase nos acabamos em exercícios para eliminar calorias, toxinas, gorduras e toda a sorte de coisa ruim que permeou o nosso belo corpitcho ao longo dos anos.

Bom, com certeza, o especialista recomendou a você que começasse bem devagarinho, com exercícios leves, trotes pequenos, evoluindo pouco a pouco, na chamada fase de “condicionamento físico”.

O resultado, obviamente, demora a aparecer.

Somente depois de algum tempo é que notamos a diferença: silhueta mais suave, maior disposição para as coisas do dia-a-dia, vida mais saudável, humor idem.

No entanto, você somente alcançará o resultado desejado se tiver disciplina, paciência, objetividade e, acima de tudo, perseverança!!!

Perseverar

1.Conservar-se firme e constante; persistir, prosseguir, continuar:
2.Continuar a ser ou ficar; manter-se, permanecer, conservar-se, persistir:
3.Conservar a sua força ou ação; continuar, perdurar, subsistir, persistir:
4.Ter ou mostrar perseverança, firmeza; permanecer sem mudar ou sem variar de intento (*)


Se aplicamos os conceitos acima ao bem estar físico, porque não os utilizamos no bem estar espiritual?

Sim, é possível!!!

Procure a “academia” que for mais a sua cara.

Aquela que lhe deixará bem à vontade e lhe fará sentir-se bem.

Entre devagarinho, sorrateiramente.

Espie os “aparelhos” aí existentes, assim como os “alunos”.

Veja se o “instrutor” é realmente capacitado.

Aliás, nem gasta academia: malhe em casa mesmo!

Comece devagarinho, sem muito esforço, paulatinamente.

Não pegue muito peso no começo, mas tenha disciplina, paciência e seja perseverante.

O espírito não ficará “musculoso” da noite pro dia.

Tampouco, as “gorduras” e “toxinas” serão queimadas e eliminadas imediatamente.

Somente com uma boa dose de exercícios, feitos regularmente, o objetivo será alcançado.

Lembre-se que, inicialmente, precisará equilibrar a “dieta”.

Dessa forma, prefira “alimentos” leves, porém, nutritivos.

Comece com uma pitadinha de “Pai Nosso” ou uma “Ave-Maria”.

Depois adicione um pouquinho de boas ações.

Quer um “up” a mais ?

Leia bons livros, faça estudos (**), preste algum tipo de serviço voluntário, seja solidário.

É complicado, eu sei!

Mas quem disse que malhar é fácil?

Porém, meus amigos, com disciplina se vai ao longe.

Dentro de pouquíssimo tempo, você estará com o espírito tão fortalecido que não será qualquer influenciazinha ruim que o derrubará!

E, junto com o fortalecimento, virão hábitos saudáveis, maior disposição para enfrentar os problemas e, melhor ainda, você viverá rodeado de “marombeiros”, feito você!

Então, mãos à obra !!!

Nada de deixar para amanhã, começar na segunda-feira ou, pior ainda, deixar para o ano que vai nascer.

As "gordurinhas" e "toxinas" não esperam para se multiplicar!!!

O simples fato de freqüentar uma academia, sem exercícios, não o tornará um desportista saudável.

Se assim o fosse, bastava ficar na garagem para que você se tornasse um automóvel, não é verdade ?

Logo, faça a sua parte !

Ah, ia me esquecendo...

REGRA DE OURO DO "MAROMBEIRO": FECHE A BOCA ANTE AS TENTAÇÕES !!!

E, SE REALMENTE TIVER QUE INGERIR ALGUMA “TOXINA”, MASTIGUE BASTANTE, ATÉ TRITURÁ-LA POR COMPLETO.

A FRAGMENTAÇÃO FACILITARÁ, E MUITO, NÃO SÓ A DIGESTÃO, MAS TAMBÉM, A POSTERIOR ELIMINAÇÃO DO “VENENO”!!!

(*) Fonte: Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 3ª. edição, 1ª. Impressão, Editora Positivo

(**) Tem um programa muito bom às quintas-feiras: “Direção Espiritual”, com o abençoado Padre Fábio de Melo, na Rede Canção Nova, canal 45, às 22:30 h, com reprise aos sábados, 20:00 h.
E nem precisa de TV a cabo !
Fábio de Melo é um “personal” de mão cheia, que não fica tentando lhe convencer que esta ou aquela “academia” seja a melhor.
Bate-papo agradável, como numa boa prosa regada a um formidável café, feito no fogão a lenha e bebericado em canecas surradas.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

QUÉDIS E RELACIONAMENTOS

(por Luiz Henrique Prieto)


Saudade dos bons tempos do Kichute, Bamba e, mais recentemente, do Redley.

Muito provavelmente, a nova geração jamais deve ter ouvido falar de tais marcas, mas todas elas simbolizam a Era Dourada do Keds.

Sim, Keds é o sinônimo que a moçada utilizava para denominar o bom e velho tênis.

Mas porque o título “Quédis” e não “Tênis”?

Simples.

Quem anda com a mente meio poluída, mas é um bom samaritano, poderia associar o calçado ao órgão fálico masculino e deixaria a leitura já no título mesmo.

Os tarados de plantão diriam: “Oba ! Deve ser conto erótico !” e, fatalmente, dariam com os burros n’água.

E “Quédis” pura e simplesmente porque aportuguesei a palavra.

O saudosismo impera mesmo quando lembro do bom e velho “Kichute”.

O quédis de todas as horas !

Com suas 7 travas (sim, assemelhava-se a uma chuteira), servia prá bater pelada, ir à escola, passear e, acreditem, era a sensação nas festas.

Nessa época dourada, o uso do Kichute era associado ao seriado “O Homem de Seis Milhões de Dólares”.

Inclusive, em um dos comerciais, o menino pulava cercas e tudo o mais usando o fantástico quédis.

Tínhamos um cuidado danado com o “pretinho”.

Qualquer poeirinha era rapidamente tirada, usando uma flanela ou mesmo o bom cuspe.

O tempo todo ficávamos observando se os cabelinhos das travas (similares aos dos pneus de carros) estavam se desfazendo.

E, por mais que usássemos o tênis em tempo integral (se os pais deixassem, dormiríamos e tudo o mais com o tesouro), o desgaste levava um tempão.

Feitos para durarem uma eternidade e resistir a todas as provas da infância, raramente se desgastavam e, quando isso acontecia, geralmente era na lona das laterais.

As travas mesmo custavam a desaparecer.

E, quando isso acontecia, o solado ainda durava um bom tempo.

Quando não tinha mais jeito, levávamos o agonizante companheiro ao sapateiro, para uma providencial reforma.

E o companheiro de todas as horas ganhava uma sobrevida.

O curioso é que o tempo todo estávamos preocupados com o nosso tesouro.

Quando novinho, após o uso, mantínhamos na caixa, devidamente embalados em papel de seda.

À medida que ia se desagastando, cuidados mil para que não perdesse o brilho.

Mãos e mais mãos de graxa.

Mil e um invenções para que o pretinho não perdesse o prestígio.

E, quando não mais havia jeito, era costume jogar o amigo na rede elétrica da rua, como num simbólico enterro.

Os relacionamentos são desse jeitinho !

Quando “ganhamos” o presente, temos todo o cuidado do mundo para preservá-lo na caixa, embrulhado em papel de seda.

Quando arranha, damos um jeito de lustrar, consertar com um pouquinho de graxa, tentando manter a aparência original.

No entanto, infelizmente, não nos preocupamos em levar ao sapateiro, quando achamos que não há mais o que se fazer.

Simplesmente, descartamos.

Tempos modernos, minha gente!

Hoje compram-se tênis em 10, 12, 24 prestações.

Quem dera que os quédis atuais durassem o mesmo tanto das prestações!

Costumam acabar mesmo já na metade da dívida.

A facilidade com a qual trocamos os tênis gastos é a mesma com a qual trocamos de relacionamentos.

Sem falar na inutilidade do número de calçados que a gente costuma adquirir, mas nem sabemos o que fazer com elas.

Algumas pessoas mais parecem centopéias, tantos são os pares de sapatos guardados no armário.

São tantos, que nem sabem ao certo o que fazer com eles.

Preferem a quantidade, não a qualidade.

Seus relacionamentos também não têm sido dessa maneira ?

Você não tem se portado como uma verdadeira centopéia ?

Quando calça o último par de tênis, nem lembra mais o que estava lá no comecinho dos cem pés...

E, quando dá uma boa olhada no primeiro, acaba esquecendo do último pezinho...

É preciso resgatar não só os velhos Kichutes, Bambas e Redley’s, mas também o cuidado que tínhamos com eles.

Ficarmos felizes ao calçá-los, desde que sejam realmente o nosso número.

Não adianta querer calçar um tênis que está, ou muito apertado, ou muito folgado.

Não existe fórmula mágica para ajustá-los aos nossos pés.

Tenho certeza que, se estiver exatamente na medida, você terá o máximo cuidado em preservá-lo, primeiro cuidando para mantê-lo bonitinho na caixinha, embrulhado no mais bonito papel de seda.

Segundo, com o passar do tempo e o inevitável desgaste natural, cuidar para que, se não for possível restaurá-lo ao estado original, deixá-lo bem parecido.

Possivelmente necessite de algum remendo, uma mãozinha de graxa, enfim, uma boa guaribada.

E, finalmente, que tal ao invés de descartar o seu bom e velho quédis, tentar levá-lo ao sapateiro ?

Garanto que ficará muito feliz com o excelente resultado que a sobrevida do “pretinho” irá lhe proporcionar.

Contudo, se desejar mesmo enterrar seu velho quédis, não o faça na rede elétrica.

Sepulte-o, definitivamente, em algum lugar, longe do alcance dos olhos.

Afinal, a gente cobiça somente aquilo que vê!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

FAIXA VIBRATÓRIA

(por Luiz Henrique Prieto)

Curioso, mas não é que funciona mesmo ?

Não caiu a ficha ainda?

Só um segundo que já explico.

Bem, imagine que você está tentando sintonizar uma estação de rádio. Se a freqüência estiver em FM, você jamais captará AM e vice-versa.

Assim é a faixa vibratória: você vai atrair somente aquilo que está na mesma freqüência.

Dia desses, levei um “sacode” na reunião do Tarefa Amor.
Daqueles onde se tem a certeza absoluta de que o tema foi escolhido exclusivamente para você.

E assim foi.

Saí de alma lavada, vontade imensa de realmente promover mudanças.
E sem essa de, ora cair no fogo, ora cair na água.
“Seja quente, seja frio. Não seja morno, que te vomito”.

Logo cedo, quando acordamos, vivemos o PRESENTE.
Desembrulhar um presente e decidir se gostamos ou não, compete exclusivamente a cada um de nós.
Viva o livre arbítrio!

Reli, pela enésima vez, a história da mulher que fazia quimioterapia e, a cada manhã, quando se olhava no espelho e percebia que os cabelos ficavam cada vez mais escassos, decidia, de forma positiva, o que fazer com os poucos fios que lhe restavam.

“(...) olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça.

- Bom (ela disse), acho que vou trançar meus cabelos hoje.

Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça.

- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.

Assim ela fez e teve um dia magnífico.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.

- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.

Assim ela fez e teve um dia divertido.

No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.

- Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.”


Assim, peguei o exemplo e comecei um novo dia.

Primeira tentação do dia: correr e não alcançar o ônibus!

Normalmente, eu ficaria “pê” da vida, a pressão arterial iria lá nas alturas e o dia, fatalmente estaria comprometido.
Tudo isso, às 6 da manhã!

No entanto, decidi fazer o que fosse melhor com os “cabelos” que me restavam. E absolutamente nada conseguiu mudar o meu pensamento ao longo do dia.

Afinal, os contratempos não foram culpa minha.
Não poderia modificá-los, tampouco evitar alguns dissabores.

Mas podia sim, optar em me deixar envenenar pela raiva, pela angústia e pela ansiedade, ou simplesmente, sorrir, assobiar e cantarolar “Nada, nem ninguém no mundo vai me fazer desistir...”.

Adivinhem qual foi a escolha?

Largar serviço quase 3 horas mais tarde tem lá suas vantagens: clima ameno, ônibus vazio, trânsito fluindo tranqüilamente (coisa cada vez mais rara em BH).

Viro a esquina e...PUTZ!!!

Dois ônibus, que me serviriam muito bem, acabavam de sair do ponto!

Ensaio uma corridinha, mas a pontada no peito me faz lembrar que “estou” num momento bomba-relógio: “infarto ou AVC”.

Desisto. Sorrio. E caminhando vagarosamente, cantarolo: “...tudo posso naquele que me fortalece”.

Coisas do destino: à toa, no ponto de ônibus quase deserto, distraído pelas novas tecnologias (tuitar pelo celular é o “must”), tenho a atenção chamada por uma moça que desembarca de um carro de luxo.

“Doméstica, humpf!”, penso cá com os meus botões.

Preconceito mais besta esse!

Afinal, minha mãe foi diarista por muitos e muitos anos!

Do nada, a moça pergunta se determinado ônibus já havia passado.
Diante da minha desanimadora afirmativa, solta um suspiro e lamenta.

Tento animá-la e logo engatamos um bom bate-papo.

“Mírian”, moça simpática lá de “Berlândia”.

Sugiro que utilize o metrô, por ser bem mais rápido.

“Moço, metrô num é prá mim não. Num gosto desse trem”.

Acho graça no modo simples que expõe o seu temor...

Chega o ônibus e prosseguimos proseando.

Num curto trajeto, de pouco mais de 20 minutos, Mirian expõe o seu drama.

Ateou fogo às roupas e quebrou os “brinquedinhos” do “Senhor Meu Marido” (sim, o moço tinha uma coleção de motos, carrinhos e outros bichos mais!).

Pergunto o motivo de tamanha vilania.

“Foi umazinha aí ! Mandou mensagem no meu celular, dizendo que o Senhor Meu Marido gostava mesmo era de vagabundas como eu”.

Surpreso com a espontaneidade da moça, ergo a sobrancelha, num tom inquisidor.

Prosseguindo o relato do seu drama, descreve o estopim da trama.

Deitada no colo do marido, assistindo TV, o celular do moço começa a vibrar no braço do sofá. O gaiato finge que nem é com ele. Diante da cara de boi-sonso do moço, Mírian pergunta se não vai atender.

“Eu ? Ah, deixa prá lá...Não é nada importante”.

“Bom, se não é, deixa que eu mesma atendo”.
E alcança, sem prévio aviso o insistente telefone.

Gildo (acho que o nome do gaiato é esse) fica azul, roxo, bege, rosa, cor-de-burro-quando-foge e quase tem um treco!

“Quem é fulana ?” (Mírian refere-se à Umazinha)

“Ah, uma amiga que não vejo faz tempo. A gente se encontrou, trocou telefone e tal. Mas está casada” (faz questão de frisar, tentando aliviar a barra).

“Ué, e você não disse a ela que também casou ?”

“Acredita que esqueci ?!”

“Então atende e diz, oras !”

“Deixa prá lá. Depois eu falo”.
E desliga o telefone.

Desde então, Gildo passa a levar o telefone prá tudo que é canto: pro banho, prá pelada aos domingos, enfim, não desgruda um segundo sequer do bendito aparelho.
Isso sem falar que até bloquear o teclado com senha ele bloqueou.

E não é que a tal “amiga” passou a mandar mensagens e mais mensagens a qualquer hora do dia e da noite ?
Nem a madrugada escapou ilesa à sanha avassaladora do desejo da “amiga” em reencontrar Gildo.

A gota d’água veio na tal mensagem do telefone de Mírian, enviada por Umazinha: “...gosta mesmo É de vagabundas como você”.

Escolhe as melhores roupas, coloca no tanque, embebeda em álcool e toca fogo.

O resto ? Atira pela janela “como o Abel fez com a Norminha, lembra?”, diz referindo-se ao Corno-Mor da novela “Caminho das Índias”.

“Próximo alvo: as motos e os carrinhos do colecionador”.

“Nossa ! E com ele, fez alguma coisa ?”, pergunto sobressaltado.

“De jeito nenhum ! Mas que tive vontade de voar no gogó dele, ah, isso eu tive sim”.

Teve até polícia no caso.

Curioso é que o próprio policial militar fez o papel de Delegado, Juiz e sabe-se lá o que mais.

Tratou de mandar o Senhor Marido para a casa da mãe (não, não o mandou à PQP), definiu a partilha dos bens e estabeleceu a separação de corpos.

EU, HEIN ?!

Bom, aconselhei a moça a trocar as fechaduras e procurar ajuda.
Por coincidência, trazia no meu bolso um cartão do “Fale Mulher”, uma espécie de força-tarefa que auxilia mulheres vítimas de violência doméstica.

Mírian exibiu um sorriso franco, o rosto iluminou-se.

“Falei com a pessoa certa !”.

Apenas sorrio, acanhado, mas com a sensação de dever cumprido.

Curioso como numa conversa rápida e informal, as pessoas expoem os seus dramas pessoais.

Talvez a intenção seja mesmo a de desabafar.

Talvez seja um grito de socorro.

Antes de me despedir, aconselho Mírian a não tomar nenhuma decisão com a cabeça quente.

Ela acena, obediente, como uma criança que ouve atentamente um sermão.

Eu, até então um desconhecido, me tornei o Conselheiro daquela moça que, estranhamente, cruzara o meu caminho e confiou a mim o seu drama.

Muito provavelmente, jamais nos encontraremos outra vez.

Dizia um sábio: “Pelas ruas da cidade, pessoas andam, num vai e vem...”

Ah ! Mírian estava voltando da casa de um “grande amigo”, onde ficara por 5 dias.

“Meu amigo não é gay, viu ?”, faz questão de destacar .

Gozado como as pessoas se preocupam com o que vamos pensar a respeito de suas atitudes.

Como eu poderia formar opinião sobre o caráter de alguém, baseado num relato muito breve de uma pessoa que jamais havia visto na vida ?

Sem chance !

Aprendi a não construir uma imagem ou formar opinião sobre outrem, sem que tenha convivido (e muito) com essa pessoa.

É mais ou menos como uma folha em branco: não dá para opinar quando não há nada escrito ou desenhado.
É preciso preenchê-la.
E, ainda assim, é possível apagar o conteúdo e reescrevê-lo.

Pessoas são como folhas de caderno, escritas ou desenhadas.

Sem conhecer o seu conteúdo, não posso dizer se é bom ou ruim.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

GRAÇAS PAI

(Pe. Fábio de Melo)

O que me fascina em Jesus não é sua capacidade de ressuscitar os mortos, de curar os cegos, os paralíticos.

O que me fascina nele é sua capacidade e coragem de dizer que Deus é Pai.

Um Pai que tem preferência pelos piores homens e mulheres deste mundo.

Um Pai que ama os que não merecem ser amados, que abraça os que não merecem ser abraçados e que escolhe os que não merecem ser escolhidos.

Um Pai que quebra as regras aos nos desconcertar com seu amor tão surpreendente.

Um Pai que não quer se ocupar com os erros que você cometeu até o dia de hoje, porque o amor que ele tem por você é um amor cheio de futuro.

Ele não está preso ao seu passado e a ele não interessa o que você fez ou deixou de fazer de sua vida.

Para ele o que importa é o que você ainda pode fazer !

Pode ser que você hoje também necessite ser olhado por Deus com olhos de amor.

Eu sei que não é fácil a gente conviver com os nosso defeitos.

Mas desafie-se.

Desafie-se a pensar que Deus ainda acredita em você.

E se ele ainda acredita... quem sou eu prá duvidar agora ?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ALMAS, ESPÍRITOS E GAVETAS

(por Luiz Henrique Prieto)

Nem sempre, é necessário ter um diploma universitário, participar de dezenas de palestras ou ler uma centena de livros de auto-ajuda para aconselhar alguém.

Basta ter sensibilidade, se propor a ser bom ouvinte e, principalmente, encher a boca d’água e bochechar umas duzentas vezes antes de dar o veredicto.

Digo isso porque muita gente por aí gasta tubos de dinheiro em psicanalistas, tratamentos à base de remédios fortíssimos, etc., etc.

Longe de mim desmerecer o trabalho desses profissionais.
Aliás, quem sou eu para contrariar a famosa frase: “Freud explica”.

Como nem todo mundo tem grana, tempo ou coragem de se abrir com um profissional, mesmo porque, soa meio informal, costumo bancar o travesseiro (não de travessuras, mas aquele no qual você coloca a cabeça e desaba prá valer).

E nessas horas, curiosamente surgem alguns conselhos que sei lá de onde tiro a inspiração.

Na verdade, sei sim, mas se disser, a meia dúzia de pessoas que visita o blog vão dar no pé rapidinho.

Depressão. Tristeza. Fundo do Poço. Escuridão total.

Assim se descreveu uma amiga.

Pior ainda: decidiu afastar-se das pessoas, com medo de feri-las com a sua negatividade, temendo encobri-las com a sua nuvenzinha negra.

Na primeira frase que digo, interrompendo o desabafo, ela decide se levantar e ir embora, em prantos.

Penso na besteira que fiz.

Não é nada legal interromper alguém que está falando, principalmente num momento de desabafo.

Reconsidero. Peço desculpas.

E tento deixar minha amiga à vontade, para que prossiga no seu “relato”.
Enquanto ouço, vou tomando vários goles d’água.

Nesse momento, é importantíssimo estar atento a cada palavra, cada soluço, ler as entrelinhas, preencher cada reticência.

E, num passe de mágica, surge o fio do novelo.
Talvez aquele que nos ajudará a desenrolar toda a trama.

Como é complicadíssimo falar em termos religiosos, afinal, cada qual tem a sua e respeito bastante essa individualidade, prefiro usar exemplos práticos, obviamente copiando um carpinteiro famoso, que falava ao seu povo por parábolas.

Nem sempre é aconselhável usar termos técnicos ou demasiadamente complicados.

Se a pessoa já está com a cabeça cheia, dificilmente vai absorver um pingo do que você diz.

Assim tento traduzir toda a confusão que se estabelece no interior daquela mulher, numa comparação simplória: gavetas desarrumadas!

Simples assim.

A nossa alma, ou espírito, assemelha-se a uma gaveta.

Já notou que muitas vezes você consegue perder coisas simples dentro de uma gaveta desorganizada?

Pares de meias se desfazem (e se transformam no “Mistério das Meias Desaparecidas”, tão bem descrito pelo Casseta Beto Silva em seu blog http://tvglobo.casseta.globo.com/beto-silva/), documentos se perdem, roupas sujas misturam-se a roupas limpas, fazendo um irrecusável convite para que traças, baratas e outros tantos insetos infames tornem-se hóspedes permanentes.

Pior ainda quando criamos o péssimo hábito de, toda vez que chegamos da rua, esvaziamos os bolsos na bendita gaveta.

“Ah, um dia eu arrumo.”

Só que, esse dia nunca chega.

A bagunça é tão grande, mas tão grande que, quando você precisa de um determinado documento, não consegue encontrá-lo, por mais que revire roupas e papéis (aumentando ainda mais a bagunça).

Resultado: frustração, mau-humor, decepção, irritabilidade e outros tantos sentimentos negativos.

Mas, não é desse jeitinho que o espírito (ou alma) se comporta?

Quantas e quantas vezes despejamos em nossa “gaveta”, “papéis” colhidos ao longo do dia?

Quantas e quantas vezes permitimos que as “roupas” fiquem desorganizadas dentro da “gaveta” e prometemos um dia arrumar?

Quantas vezes permitimos que estranhos insistam em desarrumar as “roupas” e “documentos” tão cuidadosamente organizados por nós?

Feito os mocinhos de filmes antigos, que viviam se afundando em areias-movediças, caímos na mesma armadilha, surgindo o seguinte dilema: “Se me debater, afundo mais rápido. Se ficar quietinho, demoro a afundar.”

Tão desesperado está você de tentar sair do lamaçal, que esquece o mais simples e óbvio:

Porque não gritar por socorro?

Não seria mais fácil pedir ajuda?

Mas é claro que sim!

Sozinho, você jamais conseguirá safar-se da areia que insiste em sugá-lo para baixo.

Com ajuda, tudo fica mais fácil!

Retornando a almas, espíritos e gavetas.

“Mas eu já tentei organizar a minha gaveta. Não dá!”

Bom, que tal inventar uma nova maneira para organizá-la?

Provavelmente, quando criança, já deve ter brincado de empilhar dominós, colocando uma pecinha atrás da outra, pacientemente, até conseguir formar uma enorme coluna e, finalmente, derrubá-la, dando um peteleco na última peça colocada.

Melhor ainda: já observou pilhas de latas em supermercados?

Desconfio que o repositor deve ter levado horas e horas para deixar tudo bonitinho, estudando a melhor maneira de equilibrar as latas, até formar uma pilha impecável.

Não deu certo de um jeito?

Tente de outro. E de outro. E mais outro.

Pode apostar. Com disposição e boa vontade, você consegue reorganizar a sua gaveta.

Ninguém melhor do que você para saber onde guardar cada coisinha, determinar o que deve ser jogado fora e escolher o que, de fato, entrará na sua gaveta daí por diante.

E não permita jamais que qualquer pessoa que seja, abra a sua gaveta e bagunce-a outra vez.

Afinal, ali estão depositados os seus mais íntimos segredos e sentimentos.

Ah, e se precisar de ajuda na arrumação, basta chamar!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

TWITTER - RETRATAÇÃO

(por Luiz Henrique Prieto)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Art. 5°, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a. informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§1° - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5°, IV, V, X, XIII e XIV;

§2° - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Os trechos destacados da Carta Magna, servem apenas para ilustrar uma gafe cometida no post: "Twitter - Microblog: Terra de Insanos ou Poderosa Ferramenta de Marketing?", quando lanço suspeitas sobre Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo não darem atenção aos seus seguidores. O trecho foi suprimido, por DETERMINAÇÃO CONSCIENCIAL!

Nesse universo virtual, onde é "livre" a escrita, principalmente em se tratando de blogs, há que se cuidar para não macular a imagem de pessoas sérias, idôneas e realmente comprometidas com o próximo.

O mesmo cuidado deve se ter, quando o tuiteiro passa a seguir alguém.

O simples fato de seguí-lo, não necessariamente significa que o seguido é seu amigo, muito menos, que fará parte das suas relações.

Um exercício prático, dito por Chico Xavier: "antes de dar um conselho ou emitir uma opinião, encha a boca d'água e bocheche, no mínimo, umas cinqüenta vezes."

É um tempo razoável para que processemos as informações, evitando, dessa forma, sair por aí blasfemando contra tudo e contra todos.

Sim, somos livres para dizer o que quisermos e bem entendermos.

No entanto, conforme palavras do Papa João Paulo II: "A liberdade não é somente um direito que se reclama para si próprio: ela é também um dever que se assume em relação aos outros."

Dessa maneira, meus caros irmãos, Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo, reconheço o meu erro e, humildemente, peço desculpas.

A trajetória de ambos pode ser acomapanhada através dos seguintes links:

- Gabriel Chalita - http://www.gabrielchalita.com.br/

- Padre Fábio de Melo - http://www.fabiodemelo.com.br/

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A BUSCA PELA FELICIDADE

(por Luiz Henrique Prieto)

Soll man keine rose pflücken, Weil der dorn uns stechen kann ?
(Devemos renunciar a colher uma rosa, por temor que seus espinhos possa nos ferir ?)

O meio mais seguro de não se tornar muito infeliz consiste em não desejar ser muito feliz. [...] pois a aspiração à felicidade e a luta para conquistá-la por si só atraem grande desventura.
SCHOPENHAUER, A. A arte de ser feliz. São Paulo: Martins fontes, 2003, p. 50

É preciso esquecer da felicidade, já que ela é apenas uma quimera, uma coisa passageira ?

É preciso renunciar aos prazeres, já que estes são armadilhas momentâneas ?

A busca pela felicidade não deve ser o norte do ser humano, uma vez que, agindo dessa forma, corre-se o risco de não enxergar mais nada à sua volta, tornando-se uma obsessão.
E como toda obsessão, torna-se doentia e prejudicial.

O homem que tem a felicidade como norma, submeter-se-á a diversas agruras e contratempos durante a sua busca. ("A felicidade é uma quimera".)

Na ânsia de tornar-se feliz, o homem corre o risco de "vender sua alma", passar por cima de tudo e de todos, abrindo mão de seus princípios e de suas virtudes.

Isso porque, há tempos tem-se vinculado a idéia de felicidade à aquisição de bens materiais ou à ascensão social.

Ora, seria tolice adotar tal critério.

Então uma criança nascida em berço esplêndido é mais feliz que aquela nascida em condições precárias ? Um operário é mais infeliz que um magnata ?

Parafraseando Hipodamus, o homem bom que busca coisas de natureza mortal é infeliz.
A felicidade vinculada às coisas materiais é efêmera.
Apegar-se aos bens e riquezas causa sofrimento e dor.
Senão, como explicar o comportamento de um homem que perdeu o emprego, a casa, o carro ou os bens ? Quanto sofrimento, quanta luta, quantas decepções esse Ser não sofreu para adquirir posses e para depois perdê-las.

Não se encontra felicidade em prateleiras de supermercados ou em milagrosas pílulas coloridas.

Adotando-se a felicidade como meta, a busca torna-se tendenciosa.

O homem que vive moderadamente, desapegado das coisas de natureza mortal e equilibrando os sentimentos da alma, tende a encontrar a felicidade, pois ela está associada às virtudes, e exercitando suas virtudes, o homem estará semeando o campo para que a semente seja plantada.

Não se trata de excluir da alma os sentimentos, mas em harmonizá-los.
Do mesmo modo que o calor e o frio são necessários ao equilíbrio do corpo, não sendo possível eliminá-los de todo, mas havendo justa medida entre os mesmos, o homem deve buscar harmonizar sentimentos como a raiva e o desejo, eliminando de sua vivência as verdadeiras causas do conflito e da ansiedade.

Não queremos produzir homens santos, tampouco privá-los dos prazeres mundanos e carnais, tão "indispensáveis" à vida.

Todavia, é necessário que haja um equilíbrio interior, que não permita ao homem cometer excessos e nem faltas.
Esse equilíbrio requer tratamento do espírito e da mente, livrando-a das ansiedades e preocupações, tarefa essa, árdua e longa.

O homem sábio vive corretamente, com moderação, sem causar dor a si mesmo ou aos outros.

Assim sendo, torna-se portador de grande virtude, o que tenderá à felicidade duradoura, pois a segunda não pode perdurar sem a primeira.

Logo, o homem sábio é um homem virtuoso, e um homem virtuoso é um homem feliz.

O homem deve optar entre ser feliz ou estar feliz, sem no entanto, fazê-lo obsessivamente..

Estando feliz, fatalmente a sua felicidade ficará atrelada às coisas efêmeras e terá pouca durabilidade.

Decidindo-se por ser feliz, a sua busca terá chegado ao fim, pois perceberá que a felicidade não depende de fatores externos, mas é resultante da perfeita harmonia interior.

A felicidade é própria dos independentes, isto é, dos que dominam a si mesmos, equilibrados e que agem conforme o meio-termo.

domingo, 1 de novembro de 2009

SONHOS DISTANTES

(por Luiz Henrique Prieto)

A caminho do laboratório, entretido com meus próprios fantasmas, tenho chamada a atenção por um vulto que passa apressadamente e quase me atropela.

Refeito do susto, identifico Indiazinha, uma adolescente do programa sócio-educativo.

Pergunto: “- Onde vai, nessa correria toda ?” E antes mesmo que ela responda, completo: “- Fazendo curso ?”

Um sorriso se abre.

Afinal, Indiazinha faz parte de um universo de pessoas invisíveis.
Sim, essas pessoas que estão por aí, o tempo todo, mas ninguém vê: o porteiro da seu prédio, a faxineira, o gari, o motorista e o cobrador do ônibus, a “moça do café”, o office-boy (ou a office-girl, no caso da adolescente).

Pessoas que cruzam o nosso caminho o tempo todo, mas que negamos, por algum motivo estranho, que os estudiosos de plantão teimam em chamar de “Fenômeno da Invisibilidade”.

Chamada para um mundo “real” (puxa, alguém me notou !), Indiazinha esboça um sorriso tímido e começa a falar sobre o curso: uma ONG oferece aos adolescentes algumas alternativas de cursos, com a finalidade de reinserí-los na sociedade.

Conceito muito bonito na teoria...Já na prática...Deixemos isso para outro post.

Voltando ao curso...

Indiazinha diz estar fazendo curso para Auxiliar de Enfermagem.
Feliz da vida, pergunto se é o que ela gosta.
Meio sem jeito, dá um sorriso amarelo, típico das crianças que ganham roupas ao invés de brinquedos, no Dia das Crianças e no Natal, e diz, quase num sussurro:
“É, né ? Fazer o que ?”

Fico mudo diante da realidade nua e crua.

Apenas acompanho o andar apressado de Indiazinha.
Fitando aquela figura, ainda menina, mas com responsabilidades de adulta, correndo para abraçar um futuro que não é seu.

Triste realidade a nossa.

Foi-se o tempo em que, invariavelmente, nos faziam a clássica pergunta:
“O que você quer ser quando crescer?”.
A resposta, nos dias atuais, é simples: “O que der pra ser.”

Você não escolhe a sua profissão.

A vida escolhe por você!

Quantos não gostariam de fazer medicina, tornarem-se engenheiros, jornalistas, advogados e por aí vai ?

Infelizmente, a equação é bastante cruel: Sonhos ≠ Realidade

Querer é poder? Na teoria, sim.

Pessoas de origem humilde, feito Indiazinha, querem muita coisa: sair do aglomerado onde moram (nome chique para a famigerada favela), ter o que comer na hora do almoço, ter o que vestir, não precisar mais colocar baldes para conter as goteiras quando chove (cai mais água dentro de casa do que do lado de fora), poder usar uma roupinha bacana, ir ao cinema, enfim, um sem número de coisas básicas para boa parte da população, mas que muitas vezes, estão muito além da realidade dessas pobres criaturas.

Pior ainda, quando são os pais que decidem o que o filho vai ser quando crescer: “Menino, jogar bola não dá futuro...Menina, você quer ser o quê ? Atriz ? Ah, vá estudar senão vai ficar aí esquentando barriga no fogão e esfriando no tanque, feito sua mãe." (a fala, naturalmente, é da matriarca da família).

Aí eu pergunto: e os sonhos desses filhos, ninguém leva em consideração?
Será que o fato de querer exercer uma profissão que lhe traga PRAZER, SATISFAÇÃO, ALEGRIA e, conseqüentemente, FELICIDADE é tão ruim assim?

Por mais simples que seja o sonho de uma carreira profissional para alguém, não devemos acordá-la para a realidade.

Precisamos sim, apoiar, incentivar, mostrar de forma positiva, os prós e os contras de uma determinada profissão, seja ela de pedreiro, gari, médico, advogado, carpinteiro (você aí...lembra do carpinteiro mais famoso da história?).

Enfim, não podemos querer para os outros, aquilo que não tivemos coragem de buscar para nós.

Não queira transformar o seu filho no médico que você gostaria de ter sido.

Não culpe seus filhos pela carreira fracassada e infeliz que VOCÊ teve.
Afinal, as escolhas são suas. Conseqüentemente, o resultado delas também.
Você colhe o que plantou a vida toda.
Se plantou limões, não queira colher laranjas.

Assim, não tente colher frutos antes do prazo.
Permita que as sementes germinem, floresçam, cresçam, transformem-se em frutos e, principalmente amadureçam.

Mas, lembre-se que, para chegar ao estágio final, todo o processo requer AMOR, DEDICAÇÃO, RESPEITO e ATENÇÃO.

E não se assuste se, depois de fortalecido, o fruto se transformar em uma frondosa árvore e vier a lhe oferecer repouso sob seus galhos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

AS MESMAS FLORES, O MESMO JARDIM...

(por Luiz Henrique Prieto)

DOM: Algo divino, imputado a raríssimos seres.

Felizmente, sou um desses raros espécimes contemplado com algo tão divino.

Quase sempre, recomendo às minhas amigas: "Ao invés de sair por aí, caçando borboletas, cuide do seu jardim, para que elas venham naturalmente até ele."

É a grande verdade, não dita por mim, mas compilada de algum lugar que, confesso, não lembro qual.

Quando as flores do meu jardim estão murchas, sem viço algum e as ervas-daninhas estão em maior número do que a grama, antes verdejante, lá se vão as borboletas !

No entanto, quando arranco as ervas, rego outra vez, com muito amor as sementinhas e permito que os raios de sol venham banhar as flores, essas novamente renascem, proporcionando um inacreditável espetáculo de aromas e cores.

Atraídas pelo porto belo e seguro que ali se anuncia, ressurgem as fugidias borboletas, algumas alquebradas, outras manquitolando, a maioria invariavelmente machucada pelas teias e armadilhas encontradas no caminho.

Refeitas e saciadas, rebatem as potentes e belas asas, num gracioso balé, enlevando a quietude que impera em meu jardim.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

SÍNDROME DE SHREK

(por Luiz Henrique Prieto)

Mulheres belíssimas são uma faca de dois gumes...Explico os motivos (pelo menos do ponto de vista de um mero mortal...Quem sou eu para "dissecar" uma divindade):

1. Os homens apreciam por demais a beleza externa...Logo, adoram desfilar com um "troféu" por aí...

2. Há um receio enorme em namorar beldades...As atrizes que o digam !!!...Isso porque o cara SEMPRE vai achar que todo mundo vai comer a mulher dele com os olhos (o que não deixa de ser verdade)...

3. O cidadão fica receoso de "investir" numa beldade...Por isso mesmo, muitos homens preferem "chegar" nas feias...Pensam que mulher bonita é intangível, etc e tal...Pior ainda: acham que precisam dominar assuntos dificílimos para começar um simples bate-papo...Sem falar na teoria de que acham que precisam sempre impressioná-la...

4. O cidadão também tem aquele pensamento que, mulher bonita, namora apenas homens bonitos e sarados (ah, endinheirados também)...Logo, ficam hiper acanhados de convidá-la para um programinha simples (tipo um cineminha)...Almoço tem que ser no Porcão, lanche no Mc Donald's, chope no Pingüim, café no Santa Sophia...e por aí vai...Sair de ônibus ? NEM PENSAR !!! Só se for de táxi ou veículo alugado...Aí o pobre cidadão gasta o parco dinheirinho numa única saída...A solução ? Sair com uma feia...

5. Os homens costumam colocar beldades em pedestais...E preferem admirá-las a tentar conquistá-las, mesmo que seja para amizade...Tenho o exemplo clássico de um amigo que começou a ler Shakespeare só prá impressionar a garota...Pior ainda, adquiriu um livro tipo "Como conquistar uma mulher" e ficava seguindo todas as dicas...

6. Por fim, tem a "Síndrome de Shrek"...Uma princesa jamais vai se apaixonar por um ogro...Assim foi com Otto e Alessandra Negrini...O cara custou a acreditar que tinha dado uma carona prá ela...E quando foi beijado então, ficou noites e mais noites sem dormir...Custou a acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo...Ou seja, se dependesse dele, jamais teria acontecido alguma coisa...

Bom, poderia até escrever uma tese sobre o assunto, mas a leitura ficaria muito cansativa...Também, quem sou eu prá escrever uma tese, né ? Mas tentei resumir o meu ponto de vista, baseado em fatos reais...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

TWITTER

(por Luiz Henrique Prieto)

Microblog: Terra de Insanos ou Poderosa Ferramenta de Marketing ?

Criado para ser apenas um micro-espaço, já que cada tweet (postagem) suporta apenas 140 caracteres, o microblog caiu no gosto do internauta.
Tenho acompanhado, bem de perto, o avanço do TWITTER, principalmente entre os famosos.

No entanto, o que era para ser apenas um espaço onde o tuiteiro responderia apenas e tão somente à pergunta chave do título “What are you doing ?” (O que você está fazendo?), tornou-se, em pouquíssimo tempo, uma febre entre as estrelas.

Há sim, aqueles que utilizam o espaço para passar aos seus followers (seguidores), a impressão de que são pessoas de carne e osso, como nós.

A intenção é desmistificar a idéia de intangibilidade dos famosos.

Um exemplo clássico é o twitter do âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, Willian Bonner. No seu microblog (@realwbonner), procura passar aos seus seguidores a imagem de uma pessoa normal, relatando situações insólitas e corriqueiras, como, por exemplo, a dieta que iniciou dias atrás: “Fátima e eu tomamos nossa ração líquida esverdeada. Sopa de ervilha. Essa maravilha da gastronomia. E com um harmonioso copo d'água.” Um outro exemplo da proximidade de Bonner: “Lá vai: quem quer saber qual foi a delinquência anti-dietética da noite pós-sopa de ervilha...”. Mais próximo ainda, quando lança as “interativas”. Uma delas, sobre qual roupa usar no JN: “Camisa branca com xadrez miúdo em cinza. Paletó preto.” E ainda faz questão de agradecer aos followers: “Digo só muito obrigado por me permitirem mostrar uma face que só os amigos próximos e a família conheciam.” Demonstra um quê de quase humanidade quando conversa com um psicanalista imaginário: “Doutor, sinto como se 90 mil pessoas estivessem me seguindo. Isso é grave?” Vários seguidores ficam surpresos quando recebem um RT (re-tweet) do “Tio”. É uma maneira interessante de manter-se fiel e demonstrar proximidade, ou até mesmo, certa intimidade, com um universo aproximado de 100 mil seguidores.
Bonner tornou-se um viciado em tweets e não passa um dia sequer sem dar um “alô” aos seus fãs.
De certa forma, transformar o mito em homem pode ter alavancado a audiência do JN.

Porém, da mesma forma que alguns famosos interagem com o seu público, outros parecem não ter tanto interesse em retribuir ao carinho. Há exemplos claros de tuiteiros famosos que se preocupam apenas e tão somente em utilizar o microblog como uma poderosa ferramenta de marketing. Um bom exemplo: Luciano Huck (@huckluciano), com mais de 1.000.000 de seguidores, se ocupa apenas em atualizar o microblog com suas aventuras e assuntos ligados ao “Caldeirão do Huck”. Ao contrário de Huck, Fernanda Young (@youngporra), a musa da vez, apesar de pouco utilizar o espaço, abre o verbo: “Não estou aqui para ser interessante. Tenho oito livros, caso alguém queira ler coisas interessantes minhas.”

Uma outra corrente, a dos famosos que trocam tweets entre si, pouco parece levar em conta o número de seguidores.
A turma do “Casseta e Planeta” (@casseta) é um clássico exemplo daqueles que sequer pensam em enviar um RT aos seguidores.
Walcyr Carrasco (@walcyrcarrasco) se arrisca com um ou outro famoso.
Já Paulo Coelho (@paulocoelho), o mega-vendedor de livros, posta apenas mensagens de auto-ajuda, assim como Millôr Fernandes (@millorfernandes) posta alguns pensamentos.

Curiosamente, acompanhar o suposto dia-a-dia dos ídolos, leva um sem-número de pessoas a segui-los, como se fossem pessoas íntimas, às quais o famoso contará os seus mais bem guardados segredos. No entanto, um olhar mais observador é capaz de perceber que, em muitos casos, por trás dos tweets de famosos, há uma estratégia de marketing.