quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O CHARME DE SER NATURALMENTE DISSIMULADA


(by Bianca Brandhuber Goulart)



Acho que ninguém vai discordar que toda mulher já nasce artista. 
Vamos combinar, a capacidade de sermos dissimuladas não é um dom, tá no DNA, só pode! 
Mas isso tem lá o seu charme. 
A moça sentada no balcão, mesmo de costas para o resto do público, percebe olhares em sua direção. 
Porque mulher percebe quando está sendo fitada, admirada, os olhares masculinos são como flechadas em nossa nuca. 
Imediatamente dá aquela girada de cabeça por cima do ombro (já gastando o seu charme), com aquele olhar de quem está só admirando o ambiente, mas que na verdade é um olhar de “varredura e reconhecimento”. 
Sim, num rápido olhar, fazemos o reconhecimento do campo e dos combatentes. 
Identificamos as potenciais concorrentes, separamos o joio do trigo (homens), visualizamos a vaaaaca que está usando um sapato igual ao nosso, e a origem das “flechas”. 
"Hummm...interessou!" 
Volta a cabeça pra frente e, cinicamente, faz que não notou. 
Leva sua bebida lentamente à boca, passa a língua de leve nos lábios. 
Continua conversando com sua amiga como se não existisse mais ninguém ali. 
Passa os dedos nos cabelos tirando-os da frente do seu rosto e leva-os para detrás da orelha. 
Dá aquelas risadas descontraídas em que a cabeça inclina levemente para trás. 
Cruza e descruza as pernas, num balançar sem fim dos pezinhos. 
De vez em quando, dá aquela olhadinha rápida e superior por cima dos ombros. 
Até que o pobre rapaz, que não se agüenta mais em seu canto, quem participou sem saber, deste injusto jogo de “sedução consciente”, levanta e se aproxima daquela que foi o alvo de seus olhares e diz:
"- Não consegui tirar os olhos de você a noite inteira, você é naturalmente charmosa, linda, não tinha mais como ficar quieto, tinha que te dizer que estou totalmente seduzido por você". 
Ela: "- Sééério? Que isso, nem percebi! Estava aqui tão distraída, conversando, nem prestei atenção em ninguém!" 
Ahhhhh...fala sério! 
Amigas, natural é nosso poder de dissimular, o resto é que é charme.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O BALAIO ERRADO


(by Bianca Brandhuber)


Você gastou horas num salão, não aguentava mais ouvir tudo de tudo sobre tudo de todo mundo, deixaria qualquer CSI dando pulos de alegria com a quantidade de material para extração de DNA que você deixou no alicatinho da sua manicure, foi "escalpelada" pela sua depiladora que você desconfia ter feito algum curso de técnicas de tortura, ficou até desconfiada que estão te roubando tufos de cabelos prá vender em perucas de tanto que puxavam seus cabelos na hora da escova. 
Gastou minuuuuutos hidratando a pele ao som de "Sade Adu" sonhando com a maravilhosa noite, escolheu seu melhor vestido, tá cheirosa, se sentindo a mulher mais linda e sexy do planeta, sinta-se mesmo! 
A tão esperada companhia, aquela que permeou seus pensamentos, que serviu de inspiração para tudo o que você fez durante todo o dia, chegou! 
Você com aquele sorriso enorme, coração disparado, pensando: "Agora eu mandei bem, tú é um cara de sorte hem, fala sério!" 
E ouve: "Amor, que cor é essa de esmalte, não gostei não, por que não fez francezinha?"
Desce amiga, desce rápido! 
Tú pegou o balaio errado! 
Se um homem te olha, mas não te vê, bom sujeito não é!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

MULHERES À PARTE


(by Bianca Brandhuber Goulart)



Estou cansada de gente vazia. 
Vazia de sentimentos, de idéias, de objetivos, de compromisso, de consciência, de valores e etc. 
Parece que o 'mundo dos relacionamentos' virou um mercadão a céu aberto. 
Nós, todos nós, mas infelizmente mais as mulheres....estamos expostos em prateleiras, ou temos nossas 'partes' dependuradas em algum anzol...tipo açougue. 
As pessoas escolhem as partes que elas gostam mais, que desejam mais. 
Parece que para sermos interessantes, temos que nos dividir em partes.
Mas, e o TODO? 
Ah, o TODO ninguém tá querendo não. 
Dá trabalho...precisamos dar atenção, cuidar, gostar, amar...enfim. 
E fica essa promiscuidade de partes, todos saindo e se interessando por partes de alguém.
São raras as pessoas, que nos queiram por inteira. 
Amigos pra qualquer hora? 
Raríssimos! 
Homem que se apaixone por uma mulher INTEIRA?
Quase em extinção! 
Então é isso...
MENINAS, NÃO SE APRESSEM, NÃO SEJAM 'PARTE' PARA ALGUÉM. 
ESPEREM...RESPIREM...
E VOCÊS INTEIRAS, SERÃO TUDO PARA ALGUÉM! 
Sintam-se, sejam lindas, charmosas, sensuais...PODEROSAS!
E vocês serão!"

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

PALAVRAS AO VENTO

(by Luiz Henrique Prieto)



Nas minhas palestras, sempre que possível, abordo o tema “relacionamentos”.
Estranho, né, já que o foco principal é a “Gestão do Transporte Público”.
Mas, relacionamentos são relacionamentos, em qualquer área.
E o que tenho visto ao longo dessas quase 4 décadas de vida, é que os relacionamentos estão definhando cada vez mais.
E não se trata apenas de relacionamentos amorosos!
Seja numa relação amorosa, de amizade, ou até mesmo de colegas de trabalho, onde o convívio é obrigatório, as coisas estão rolando escada abaixo.
Pura e simplesmente porque, ao invés de tentarmos consertar algo que quebrou, jogamos fora!
Relações descartáveis.
Mas...porque?
Bom, dizer que sou um expert em relacionamentos seria uma tremenda duma cara de pau!
Mas ouso dizer que, uma das principais falhas, está nas “vias de trânsito” das relações, ou mesmo nas questões das Leis da Física: tudo o que vai, tem que voltar!
Não entendeu?
Explico.
Qualquer tipo de relacionamento, tem que, obrigatoriamente, ser uma via de mão dupla. 
Não, não se trata de “plantar para colher”, esperar algo em troca ou coisa do gênero. 
Mesmo porque, esse retorno ocorre naturalmente, sem qualquer obrigação. 
Tipo casal, sabe?
Enquanto a mulher cuida da casa, das roupas, da comida, etc., para dar ao esposo um lar aconchegante, onde ele possa encontrar abrigo depois de um dia pesadíssimo no trabalho, por sua vez, o marido se preocupa em agradar sempre a esposa, seja tecendo um elogio, seja levando-a para passear, ou mesmo, dividindo com ela as tarefas domésticas. 
Fazem porque se gostam, não por obrigação.
Acho bonito o jeito que as pessoas que habitam as cidadezinhas do interior lidam com os relacionamentos. 
Chegam, descompromissadamente, sem interesse, trazendo um queijo, um molho de verduras, um litro de leite. 
Simplesmente chegam! 
Para uma prosa, sem interesse. 
Às vezes, só prá dizer um “oi comadre”.
E recebem, em retribuição, um cafezinho passado na hora, um biscoitinho, acompanhado do sorriso mais puro do dono da casa. 
Essa troca, não tem obrigação nenhuma, não precisa ter! 
Acontece porque um reconhece no outro o verdadeiro significado do amor desinteressado. 
E, mesmo que não tenha guloseimas, fica a satisfação da visita. 
O simples fato de ser lembrado, a toa, já é o suficiente para despertar no outro a vontade de retribuir a gentileza. 
E assim deveria ser, em qualquer relacionamento...via de mão dupla!
Agora, quando a coisa se torna via de mão única, aí complica.
Não há santo que resista ao desafio de somente ele atuar, sem que o outro contracene. 
Fica parecendo um monólogo, um grito dado no alto de uma montanha num vale extenso, onde não há eco.
E quando não há eco, quando você não ouve a “voz” retornando, bate o desânimo.
Palavras ao vento...
Enfim, cuide para que os seus relacionamentos não sejam uma via de mão única.
Observe se a outra parte está lhe dando algum retorno.
Obviamente, nem sempre o retorno é imediato, vem com o tempo.
Mas há que se ter sabedoria para entender que esse tempo não pode ser eterno.