terça-feira, 27 de outubro de 2009

TWITTER

(por Luiz Henrique Prieto)

Microblog: Terra de Insanos ou Poderosa Ferramenta de Marketing ?

Criado para ser apenas um micro-espaço, já que cada tweet (postagem) suporta apenas 140 caracteres, o microblog caiu no gosto do internauta.
Tenho acompanhado, bem de perto, o avanço do TWITTER, principalmente entre os famosos.

No entanto, o que era para ser apenas um espaço onde o tuiteiro responderia apenas e tão somente à pergunta chave do título “What are you doing ?” (O que você está fazendo?), tornou-se, em pouquíssimo tempo, uma febre entre as estrelas.

Há sim, aqueles que utilizam o espaço para passar aos seus followers (seguidores), a impressão de que são pessoas de carne e osso, como nós.

A intenção é desmistificar a idéia de intangibilidade dos famosos.

Um exemplo clássico é o twitter do âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, Willian Bonner. No seu microblog (@realwbonner), procura passar aos seus seguidores a imagem de uma pessoa normal, relatando situações insólitas e corriqueiras, como, por exemplo, a dieta que iniciou dias atrás: “Fátima e eu tomamos nossa ração líquida esverdeada. Sopa de ervilha. Essa maravilha da gastronomia. E com um harmonioso copo d'água.” Um outro exemplo da proximidade de Bonner: “Lá vai: quem quer saber qual foi a delinquência anti-dietética da noite pós-sopa de ervilha...”. Mais próximo ainda, quando lança as “interativas”. Uma delas, sobre qual roupa usar no JN: “Camisa branca com xadrez miúdo em cinza. Paletó preto.” E ainda faz questão de agradecer aos followers: “Digo só muito obrigado por me permitirem mostrar uma face que só os amigos próximos e a família conheciam.” Demonstra um quê de quase humanidade quando conversa com um psicanalista imaginário: “Doutor, sinto como se 90 mil pessoas estivessem me seguindo. Isso é grave?” Vários seguidores ficam surpresos quando recebem um RT (re-tweet) do “Tio”. É uma maneira interessante de manter-se fiel e demonstrar proximidade, ou até mesmo, certa intimidade, com um universo aproximado de 100 mil seguidores.
Bonner tornou-se um viciado em tweets e não passa um dia sequer sem dar um “alô” aos seus fãs.
De certa forma, transformar o mito em homem pode ter alavancado a audiência do JN.

Porém, da mesma forma que alguns famosos interagem com o seu público, outros parecem não ter tanto interesse em retribuir ao carinho. Há exemplos claros de tuiteiros famosos que se preocupam apenas e tão somente em utilizar o microblog como uma poderosa ferramenta de marketing. Um bom exemplo: Luciano Huck (@huckluciano), com mais de 1.000.000 de seguidores, se ocupa apenas em atualizar o microblog com suas aventuras e assuntos ligados ao “Caldeirão do Huck”. Ao contrário de Huck, Fernanda Young (@youngporra), a musa da vez, apesar de pouco utilizar o espaço, abre o verbo: “Não estou aqui para ser interessante. Tenho oito livros, caso alguém queira ler coisas interessantes minhas.”

Uma outra corrente, a dos famosos que trocam tweets entre si, pouco parece levar em conta o número de seguidores.
A turma do “Casseta e Planeta” (@casseta) é um clássico exemplo daqueles que sequer pensam em enviar um RT aos seguidores.
Walcyr Carrasco (@walcyrcarrasco) se arrisca com um ou outro famoso.
Já Paulo Coelho (@paulocoelho), o mega-vendedor de livros, posta apenas mensagens de auto-ajuda, assim como Millôr Fernandes (@millorfernandes) posta alguns pensamentos.

Curiosamente, acompanhar o suposto dia-a-dia dos ídolos, leva um sem-número de pessoas a segui-los, como se fossem pessoas íntimas, às quais o famoso contará os seus mais bem guardados segredos. No entanto, um olhar mais observador é capaz de perceber que, em muitos casos, por trás dos tweets de famosos, há uma estratégia de marketing.

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