terça-feira, 28 de setembro de 2010

CASAMENTOS (Ou o final deles...)

(by Luiz Henrique Prieto)

Casamento, ou melhor, o final dele, pode ocorrer de duas formas:

Tipo aquele carinha que namora escondido a sua filha pré-adolescente e você só descobre quando já estão há mais ou menos um ano juntos, inclusive tendo consumado o "ato proibido";

Tipo aquele dia em que você acorda com o pé errado (como se algum dia a gente acordasse sem um deles, né?), corre prá pegar o busão lotado e quando a porta se abre, visão do paraíso: um mulherão, sorriso lindo, olha prá você e, sutilmente, lhe cede passagem.

Aí o bobo pensa: "Ganhei o dia"!

Escancara um sorriso de comercial de creme dental (só que, nesse caso, o dentifrício ficou no cantinho da boca e você, na pressa de sair de casa, nem percebeu), ensaia uma piscadela (os olhos cheios de remela) e quando pensa que está abafando...cataplaft!!!
Trupica no degrau, a caixa metálica pula da bolsa, descreve um arco ascendente, bate no balaústre, quica na mesinha do trocador e...splash !!!
Tragicamente se abre em duas, revelando o conteúdo mágico: arroz dormido, feijão ressecado, um zôiúdo estalado, gema dura, um naco de carne e um tantim só de colorau (prá dar cor na comida, né? Benhê!).

Aí você se dá conta: "Hoje, não é o meu dia"!

E com aquela cara de que "nem te ligo", fingindo de égua, ensaia assobiar uma canção.

Mas a única coisa que sai dos lábios é a melodia (?) de um dos hits do momento, desses que os playboys insistem em ouvir no último volume, enquanto dirigem o Chevette 78 tunado, com o braço esquerdo apoiado na porta, a cabeça quase recostando no banco traseiro, óculos de vaga-lume e cabelo pingente de trem-bala.

Conciso?

Tá bom, Seu Leandro!!!

Sempre pegou no meu pé quando eu escrevia "Bastidores de Leandro & Rosca" (modéstia à parte, o meu filho pródigo).

Certa vez, perguntei ao público, leitor fiel, o que gostariam que mudasse no blog. Resposta em massa: "Nada"!

Ou seja: falou que é fofoca de gente (?) famosa (?) ou desgraça alheia, vende que é uma beleza!

Concisando os primeiros parágrafos: ou o casamento termina na moita, ou termina em escândalo!

Sempre desconfiei da senilidade dos Titãs do Iê-iê-iê, com letras pesadas, beirando a anarquia e com seus cortes de cabelos esdrúxulos.

Logo, difícil imaginar que Tony Belloto escrevesse algo, digamos, conciso.

Me enganei redondamente!

Recentemente, comecei a ler uma matéria assinada pelo Tony, em uma revista de grande circulação (não, não é aquela que tem mulher pelada, muito menos aquela com fofoca de artistas).

Meio desanimado, olhava prá foto e lembrava do refrão: "polícia é para quem precisa, polícia é prá quem precisa de polícia"!

Pero, após a terceira linha, me rendi ao respeitável escritor, desvencilhando-o de vez da pecha de "rebelde sem causa".

O tema da matéria?

Coisas de casal!

Resumindo, para a felicidade do Nassif, tudo o que acontece entre um casal, seja bom ou seja mal (sei que é com "ú", mas foi só prá rimar), deve ficar ENTRE OS DOIS e mais ninguém!

Nada de sair por aí, jogando mer...cadoria no ventilador!

O problema é que, separar amigavelmente, com juras de amizade eterna, só acontece em novela das oito, que começa às nove, e olha lá!

Ainda que uma das partes diga que está tudo bem, no fundo, no fundo, tá é maus mesmo!

Uma das partes, diriam os adêvogados, sofre mais, ficando presa ao passado, moendo e remoendo as coisas ruins.

Das boas, praticamente não faz questão de lembrar.

Daí vem a famosa frase: seus bens prá lá, meus bens prá cá.

"Devolva meus CD’s, passa prá cá minhas coisas (que antes eram minhas e suas), toma de volta os seus presentes, etc., etc.)".

"Eu vou te deletar, te excluir do meu orkut, eu vou te bloquear no msn. Não me mande mais e-mails, nem scraps, powerpoints....lá lá lá lá lá lá...e adicione ele" (*)

E tome troca de acusações!

Ufa!!!

Quem dera fosse como no mundo digital: CTRL T + CTRL X e pronto!
E nada de guardar na Lixeira!
Vai que um dia você decide resgatar o arquivo deletado...

Mas não é tão simples assim.

As relações, aliás, as separações, por mais amigáveis que sejam, sempre acabam derrubando um dos lados.

Pessoas reagem de maneira diferente, diante de uma mesma situação.

Cada qual tem a sua essência.

E isso não tem como mudar.

Uns se descabelam, partem pro desespero, tentam mil e uma artimanhas para afetar o outrora bem-amado!

Outros se calam para o mundo exterior, travestem-se em verdadeiros personagens para a sociedade, mas no calar da noite, no aconchego do travesseiro, choram as mágoas guardadas.

Uns, literalmente, escancaram a marmita.

Outros, ficam na moita.

Um grande abraço e todo o meu respeito ao Sr. Tony Belloto, escritor memorável.

(*) Já havia terminado de escrever esse post e estava fazendo a revisão. Não resisti à tentação de homenagear a turma do Café Comédia com uma autêntica "fuleragem music"!

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