quinta-feira, 8 de novembro de 2012

PALAVRAS AO VENTO

(by Luiz Henrique Prieto)



Nas minhas palestras, sempre que possível, abordo o tema “relacionamentos”.
Estranho, né, já que o foco principal é a “Gestão do Transporte Público”.
Mas, relacionamentos são relacionamentos, em qualquer área.
E o que tenho visto ao longo dessas quase 4 décadas de vida, é que os relacionamentos estão definhando cada vez mais.
E não se trata apenas de relacionamentos amorosos!
Seja numa relação amorosa, de amizade, ou até mesmo de colegas de trabalho, onde o convívio é obrigatório, as coisas estão rolando escada abaixo.
Pura e simplesmente porque, ao invés de tentarmos consertar algo que quebrou, jogamos fora!
Relações descartáveis.
Mas...porque?
Bom, dizer que sou um expert em relacionamentos seria uma tremenda duma cara de pau!
Mas ouso dizer que, uma das principais falhas, está nas “vias de trânsito” das relações, ou mesmo nas questões das Leis da Física: tudo o que vai, tem que voltar!
Não entendeu?
Explico.
Qualquer tipo de relacionamento, tem que, obrigatoriamente, ser uma via de mão dupla. 
Não, não se trata de “plantar para colher”, esperar algo em troca ou coisa do gênero. 
Mesmo porque, esse retorno ocorre naturalmente, sem qualquer obrigação. 
Tipo casal, sabe?
Enquanto a mulher cuida da casa, das roupas, da comida, etc., para dar ao esposo um lar aconchegante, onde ele possa encontrar abrigo depois de um dia pesadíssimo no trabalho, por sua vez, o marido se preocupa em agradar sempre a esposa, seja tecendo um elogio, seja levando-a para passear, ou mesmo, dividindo com ela as tarefas domésticas. 
Fazem porque se gostam, não por obrigação.
Acho bonito o jeito que as pessoas que habitam as cidadezinhas do interior lidam com os relacionamentos. 
Chegam, descompromissadamente, sem interesse, trazendo um queijo, um molho de verduras, um litro de leite. 
Simplesmente chegam! 
Para uma prosa, sem interesse. 
Às vezes, só prá dizer um “oi comadre”.
E recebem, em retribuição, um cafezinho passado na hora, um biscoitinho, acompanhado do sorriso mais puro do dono da casa. 
Essa troca, não tem obrigação nenhuma, não precisa ter! 
Acontece porque um reconhece no outro o verdadeiro significado do amor desinteressado. 
E, mesmo que não tenha guloseimas, fica a satisfação da visita. 
O simples fato de ser lembrado, a toa, já é o suficiente para despertar no outro a vontade de retribuir a gentileza. 
E assim deveria ser, em qualquer relacionamento...via de mão dupla!
Agora, quando a coisa se torna via de mão única, aí complica.
Não há santo que resista ao desafio de somente ele atuar, sem que o outro contracene. 
Fica parecendo um monólogo, um grito dado no alto de uma montanha num vale extenso, onde não há eco.
E quando não há eco, quando você não ouve a “voz” retornando, bate o desânimo.
Palavras ao vento...
Enfim, cuide para que os seus relacionamentos não sejam uma via de mão única.
Observe se a outra parte está lhe dando algum retorno.
Obviamente, nem sempre o retorno é imediato, vem com o tempo.
Mas há que se ter sabedoria para entender que esse tempo não pode ser eterno. 

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