segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Mariana, MariLAMA, Mar de Lama...



(Luiz  Henrique Prieto) 



Da lama,
Que veio abaixo, em Mariana
Quanta tragédia,
Quanto drama!

Galhos e troncos,
Sujeira adoidado.
Corpos boiando,
Sem vida, coitados!

60 mil pilas!
Guardadas num colchão...
Sonho de uma vida inteira,
Soterrado pelo "lamão"!

- Corre, corre, professora!
Salve as crianças, coitadinhas!
Assustadas, na tarde sombria,
Pela lama que descia!

Animais, nem eles escaparam!
Pegos de surpresa, sem reação!
Bois, vacas, cavalos e burros,
Galinhas e aves, coitado do cão!

Burocratas, políticos comprados,
Pela Vale-Samarco, mineração.
De mãos atadas, nada fazem,
Salafrários sem alma, sem coração!

E os sonhos, soterrados?
Os desaparecidos,
Corpos concretados?
A história de vida,
Prá sempre varrida!

Mariana, MariLAMA, Mar de lama...

Teu povo sofrido, colonizado,
Pelo pó do minério, escravizado!
Chora rejeitos, detritos e lixo,
Chora pelos sonhos, soterrados!

Da lama,
Que veio abaixo, em Mariana...
Antes, um teto seguro.
Hoje, vida cigana.


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