(Luiz Henrique Prieto)
Da lama,
Que veio abaixo, em
Mariana
Quanta tragédia,
Quanto drama!
Galhos e troncos,
Sujeira adoidado.
Corpos boiando,
Sem vida, coitados!
60 mil pilas!
Guardadas num colchão...
Sonho de uma vida
inteira,
Soterrado pelo
"lamão"!
- Corre, corre,
professora!
Salve as crianças,
coitadinhas!
Assustadas, na tarde
sombria,
Pela lama que descia!
Animais, nem eles
escaparam!
Pegos de surpresa,
sem reação!
Bois, vacas, cavalos
e burros,
Galinhas e aves,
coitado do cão!
Burocratas, políticos
comprados,
Pela Vale-Samarco,
mineração.
De mãos atadas, nada
fazem,
Salafrários sem alma,
sem coração!
E os sonhos,
soterrados?
Os desaparecidos,
Corpos concretados?
Corpos concretados?
A história de vida,
Prá sempre varrida!
Prá sempre varrida!
Mariana, MariLAMA,
Mar de lama...
Teu povo sofrido,
colonizado,
Pelo pó do minério,
escravizado!
Chora rejeitos,
detritos e lixo,
Chora pelos sonhos,
soterrados!
Da lama,
Que veio abaixo, em
Mariana...
Antes, um teto seguro.
Hoje, vida cigana.
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