segunda-feira, 10 de maio de 2010

RÉQUIEM DE UM MORTO-VIVO

(by Luiz Henrique Prieto)

Escrito em abril/2009


" Onde está o homem forte?", perguntou, em vão.

Mal sabia ela que, o outrora "homem forte", duro e resistente como o adamantium, mas que se vergava, porém, sem partir-se, ante a tempestade que assolava e açoitava sua alma, a fim de suportar o castigo e as dores que lhe eram impostas, perdera-se.

Nos labirintos do destino, às vezes só, às vezes em más companhias, trilhou, em inúmeras ocasiões, caminhos obscuros, disfarçados de paraísos, enfeitados com flores e luzes.

Caminhou, enfeitiçado, sem perceber os pés enlameados, braços e pernas feridos pelos espinhos que lhe roçavam a pele.

Atravessou vales sombrios e pântanos fétidos, superou lodaçais de areia movediça, impulsionado pela falsa sensação de poder voar.

Até que tropeçou...

E mergulhou num poço, a princípio raso, mas que, aos poucos, revelou-se bastante profundo.

Achou graça na queda...

Afinal, podia voar!

Mas, quanto mais caía, mais pesadas ficavam suas asas.

Sem nada poder fazer, permitiu-se mergulhar na escuridão.

Hoje, em posição fetal, chora...

Criança desamparada, assustada e com medo das sombras, lembra, com um triste vagar nos olhos do outrora homem forte, e percebe que a matéria da qual era feito, na verdade assemelhava-se à fragilidade do talco.

E sente saudades...

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