terça-feira, 3 de agosto de 2010

A BATALHA DAS COXINHAS

(por Luiz Henrique Prieto)

Dia desses, comprei umas coxinhas congeladas, naqueles estandes que ficam perto da lanchonete da empresa onde trabalho, para poder comer no final de semana.
No sábado à noite, bateu a fome, não tive dúvida: "Vou fritar e me fartar!"

Hum...coloquei óleo na panela, de modo que as coxinhas ficassem submersas.
Tirei as benditas da geladeira, esperei um cadinho.
Coloquei algumas na panela, de modo que não ficassem apertadas, feito ônibus lotado e fui prá sala, ver TV.
Bastou sentar no sofá prá bater a preguiça.
Ficava naquela: "vou, não vou".
Chegava na porta da cozinha, espiava, voltava pro sofá.
Aliás, depois do controle remoto, foi a pior coisa que inventaram.
Principalmente o meu sofá, que me atrai de uma maneira irresistível.
Bom, quando estou quase cochilando, graças à programação maravilhosa de sábado à noite... BUMMMM!!! Ouço uma explosão!

Pensando em se tratar de foguetes, soltados por um vizinho qualquer, apenas viro de lado no colchão (sim, comecei no sofá, terminei no colchão).

Daí a pouco: BUM!!! Stupish!!! (som de coisa fritando)

De um pulo só, chego na porta da cozinha e olho, de esguelha.

Instintivamente, olho pro teto da cozinha: lambrecado de gordura!

As paredes salpicadas de gordura e pedaços de massa, como se algum artista plástico houvesse passado por ali.

"E agora? Fazer o que? Ainda faltam umas 10 coxinhas!"

Me armo de coragem.

Entro no quarto, visto calça comprida, jaqueta, enrolo um pano na cabeça (feito um tuareg) e coloco óculos escuros.
"Pelo menos assim, não sofro queimaduras".

Entro sorrateiro na cozinha, tática de guerra, andando meio agachado, feito índio.

À frente, a tampa de uma panela, servindo de escudo.

Rapidamente, num pulo de gato, alcanço o registro do gás, não sem antes me entricheirar atrás do escorredor de pratos, improvisado em uma mesinha de TV.

Rapidamente volto, me esgueirando pelos cantos da cozinha.

Espero a poeira abaixar.

Inspeciono a cozinha: toda salpicada de óleo, pedaços de coxinha foram parar dentro de copos, dentro do filtro, dentro de panelas, enfim, verdadeiras granadas de óleo detonadas.

Ainda tento resgatar algumas na gordura, agora morna.

Mordo.

Um caldo oleoso e horrível invade minha boca.

Argh!!!!

Puro óleo!

Forro o chão com jornais velhos.

Volto prá sala, com um copo de toddy e um sanduíche improvisado de restos de coisas da geladeira.

Dias depois, mesmo tendo feito uma faxina geral na cozinha, ainda encontro vestígios das granadas nos recantos da cozinha.

Já dizia o meu médico: "A gordura ainda vai acabar contigo"!

Nenhum comentário:

Postar um comentário