terça-feira, 10 de agosto de 2010

Roubalheiras, vazamentos, mordomias, endoscopia, Zveiter...haja Omeprazol!

Havia escolhido apenas três tópicos para resumir a semana que passou, mas dois fatos chamaram a atenção no último domingo e é com eles que iniciarei a resenha.
O Fantástico exibiu um bando de vereadores esbaldando-se com o dinheiro do contribuinte (eu, tu, ele, nós, vós, eles).
Os picaretas, que deveriam freqüentar cursos de aperfeiçoamento (creio eu que, a disciplina principal seja "Cinco Dedos e Uma Corrida"), aproveitavam a carga horária e passeavam por pontos turísticos.
Existem especialistas ensinando a dar o tomé no dinheiro público.
O esquema é tão simples que até o Roque Santa Cruz, jogador de futebol, obteve um diploma, como se tivesse freqüentado curso algum.
"A casa caiu, malaco"!
Menos de 24 h após a exibição, a Polícia Civil deu o rapa na Câmara, levando documentos, diplomas e outros bichos.
Parece que dessa vez, a única coisa que terminará em pizza será Passione.


Zeu.
Ou Zeus, vai saber.
Condenado a 23 anos pela morte do jornalista Tim Lopes (foi o responsável por comprar a gasolina que, mais tarde, seria jogada sobre o corpo de Tim), cumpriu cinco anos e ganhou da justiça a progressão da pena, por (acreditem) bom comportamento!
Na primeira oportunidade, saiu da penitenciária para visitar a família e nunca mais voltou.
A polícia está à sua procura há três anos!
Nunca o encontrou.
Mas o Fantástico sim!
Curioso.
Vivemos em um país onde jornalistas são mais inteligentes e muito mais bem informados que a polícia.
Ou, quem sabe, menos omissos e mais éticos.
Zveiter, aquele mesmo que pintou e bordou no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, diz que não podem fazer nada, pois a mesma lei que condena, protege o criminoso.
Beltrame, o Secretário de Segurança Pública, afirma que é impossível capturar o criminoso em seus domínios.
"A operação é complexa. Inocentes poderiam perder a vida."
Gente!
Cadê o BOPE, considerado especialista em guerrilha urbana, que treina inclusive policiais de outros países?
Ou será que o BOPE é eficiente apenas na ficção?
O fato é que, enquanto a morosidade jurídica mantém Zeus em liberdade, vendendo drogas ao ar livre, como se fosse aqueles vendedores de ervas e raízes em uma feira, o pobre coitado do trabalhador é quem paga o pato!


Armas roubadas de um Fórum!
Dio Santo!
A expressão máxima da Justiça, sendo assaltada!
Isso porque o Juiz responsável é linha dura, tem tudo sob controle e nunca perdeu as armas, sob sua responsabilidade, de vista.
A coisa foi tão feia que os larápios tiveram a ousadia de substituir armas por pesos, para que, durante a conferência, algum otário acreditasse que ali havia algum armamento.
Desconfio que o bandido seja o mesmo que, dias atrás, vendeu garrafas de água mineral, como se fossem um notebook, a um coitadinho saído de Rondônia.
Ah, o Juiz havia reclamado da falta de segurança, dias atrás.
É como se o vigia de um banco confidenciasse a alguém: "Puxa, se alguém entrar aqui no horário do meu almoço, vai fazer a festa. E olha que nem ando armado, hein"?
Como diz um amigo meu: "Entregou o ouro pro bandido"!

Prosseguindo com as bizarrices, um jornal de Belo Horizonte soube, até mesmo antes do Juiz, qual seria a decisão proferida contra o Jotinha (o tal adolescente do Caso Bruno).
Publicaram em primeiríssima mão a sentença, que nem o homem da capa preta havia pronunciado.
Leitura de pensamento?
Vazamento de Informação?

O fato é que, os casos até agora descritos, revelam o atual perfil da Justiça, embora alguns Desembargadores usufruam de suntuosos gabinetes em mármore: o Judiciário, no geral, revela-se um verdadeiro queijo suíço!

Fechando com chave de ouro, a entrevista do Sargento responsável pelo registro da ocorrência que envolveu um motorista, nas proximidades do Minas Shopping: o condutor, após sair de um exame de endoscopia, pegou a direção do veículo, "apagou" no volante, subiu na calçada e atropelou, salvo engano, sete pessoas.
Felizmente, nenhum ferimento grave.
Declaração do Sargento: "SE o DETRAN quiser, poderá submetê-lo a um exame no IML, uma vez que o elemento não apresenta sinais de embriaguês, o que nos obrigaria a realizar o teste do bafômetro".
Ou seja: mais um impune, ante a incompetência da polícia!
Gostaria de lembrar ao Sr. Sargento que, por dever do ofício, no mínimo tem a OBRIGAÇÃO de conhecer o Código de Trânsito Brasileiro.
Ou então, que ficasse calado, para não falar bobagem.
Ocorre que, o condutor, ciente de que não goza das condições físicas, psíquicas ou mentais para conduzir um veículo automotor, infringe os artigos 169 (Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança) e 252, III (Dirigir o veículo com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a segurança do trânsito), ambos do Código de Trânsito Brasileiro, além de infringir o artigo 132 do Código Penal, ou seja: "Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente".
Duvido muito que o médico tenha liberado o tal moço para dirigir.
Quando me submeti ao exame, foi um custo convencer o médico responsável de que eu iria embora de táxi.
Além disso, antes do exame, o paciente é muito bem orientado sobre as reações pós-exame.
Uma curiosidade: afinal de contas, prá que o cidadão levou junto a esposa, se essa nada fez para impedir o acidente?
Figurará como co-autora, num possível indiciamento?
Ou este será apenas mais um número nas estatísticas?

Bom, ora de tomar o meu Omeprazol.

Afinal, com tanta coisa indigesta, a azia está me matando!

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