
"Colho os ingredientes para a preparação dos meus quitutes em hortas, pomares e jardins, cultivados nos quintais do cotidiano." Aqui me dispo de preconceitos e amarras. Desnudo minha'lma, rompo paradigmas e, literalmente, descasco a alma masculina, deixando...o Homem Nú !
terça-feira, 22 de novembro de 2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011
DONA JUSTA - AS MAZELAS DO JUDICIÁRIO

quinta-feira, 18 de agosto de 2011
MUTRETAS S/A - POR DENTRO DAS LICITAÇÕES

Depois de um bom tempo sem postar nada por aqui, vamos retomar a falação.
Na década de 90, trabalhei em um escritório de representação comercial, que tinha como principais clientes, concessionárias de energia e empreiteiras, dentre outros.
Até então, nunca tinha ouvido falar de Concorrência Pública, Licitação ou Carta-Convite.
Não vou me demorar explicando esses conceitos, mesmo porque, o objetivo aqui não é esmiuçar o modo como são realizadas as compras.
O esquema de compras funciona da seguinte maneira: A Concessionária Xis publica um Edital, com as quantidades, especificações, etc., etc.
Quando se trata de Concorrência ou Licitação, qualquer Fornecedor pode participar, desde que atenda aos requisitos técnicos legais.
Na modalidade Carta-Convite, é enviado um convite aos fornecedores já cadastrados.
Até aqui, tudo normal, como manda o figurino.
Aí é que entra o “esquema” dos fornecedores.
Quando o valor total da compra é vultuoso, forma-se um cartel, no qual são acertados os preços entre os supostos concorrentes.
O Fornecedor A entra com o preço a R$ 0,10; O Fornecedor B, com R$ 0,09 e o Fornecedor C, com R$ 0,08.
Dentre as condições, também são oferecidos prazos de entrega, forma de pagamento e modalidade de entrega – CIF (no almoxarifado do cliente) ou FOB (o cliente retira no almoxarifado do fornecedor).
Bem, na teoria, nenhum fornecedor sabe as condições ofertadas pelos demais.
No entanto, por baixo dos panos, são acertadas todas as condições entre o cartel, de modo que permita uma rotatividade entre os ganhadores.
Invariavelmente, quando ocorre a sessão na qual são abertas as propostas, todos os fornecedores presentes já sabem, por antecipação, quem é o vencedor.
Passado todo o processo burocrático, com a emissão da respectiva Autorização de Fornecimento (AF), prossegue a malandragem.
Os fornecedores, não raras as vezes, descumprem os prazos de entrega.
Cansei de ver grandes lotes de produtos adquiridos sendo entregues a conta-gotas, sem que houvesse qualquer tipo de punição.
Em algumas situações, produtos prometidos para serem entregues em até 30 (trinta) dias, foram entregues com mais de SEIS MESES DE ATRASO!
Mas, por que a formação do cartel, descumprimento de prazos e Licitações Públicas com cartas marcadas?
Se vivêssemos numa sociedade justa e ética, jamais seriam permitidos tais abusos e os processos, além de transparentes, seriam confiáveis.
Contudo, o que vi durante o tempo em que trabalhei na área, foi um festival de safadezas, toma-lá-dá-cá, “uma mão lava a outra e por aí vai”.
Anualmente, uma entidade que representava os fornecedores, fazia uma espécie de vaquinha entre os integrantes dos cartéis, com a finalidade de oferecer uma festa de final de ano para, acreditem, OS COMPRADORES!
Não entendeu ainda?
O Comprador é a pessoa responsável por fazer cumprir o que foi apresentado nas propostas vencedoras, incluindo aí, o PRAZO DE ENTREGA!
Nessas festinhas, sempre estavam presentes, além dos compradores, pessoas que ocupavam cargos estratégicos, como Gerentes, Diretores e Presidentes.
E não se tratam de meros espelhinhos, como aqueles que a frota de Cabral entregou aos índios!
Nos dias atuais, os mimos equivaleriam a Tablets, Notebooks, iPhones, motocicletas e carros populares.
Ora, um comprador que recebe de presente um veículo zero km, vai ter coragem de cobrar do seu anfitrião alguma coisa?
JAMAIS!
Várias Licitações foram promovidas, aliás, direcionadas para apenas um fornecedor.
Como na descrição do material a ser adquirido não se pode exigir determinada marca, coloca-se apenas a referência. Por exemplo: alicate bomba d’água, referência Fabricante Xis.
Como não existe concorrência no mercado, obviamente vencerá o Fabricante Xis.
E, acreditem, alguns alicates por aí custam mais do que um carro popular!
Essa aí é apenas a ponta do iceberg.
O escritório ficou em polvorosa quando foi lançada uma Concorrência, salvo engano, a nível mundial, para a construção de uma série de hidrelétricas, lá prás bandas da Europa.
Lembro que, na época, o valor total do processo girava algo em torno de US$ 500 milhões!!!
É, MEIO BILHÃO DE DÓLARES mexe com a cabeça de qualquer um, néam?
Nesse período, a internet engatinhava no Brasil.
Viajar para outro estado, só prá quem tinha grana mesmo.
Logo, várias conversas, acordos, mutretas, enfim, eram realizados a portas fechadas, ou através do bom e velho telefone e pelo já quase aposentado aparelho de fax.
Entre uma conversa e outra, acompanhando o entra e sai de engravatados, foi possível pescar o que estava acontecendo.
Formou-se um consórcio que, sei lá como, teve acesso às demais propostas dos concorrentes.
Vencida a primeira etapa, houve um empate entre dois consórcios: um nacional e outro internacional.
Contudo, o Departamento responsável por bater o martelo, ficava em terras tupiniquins.
Resumindo a ópera: o consórcio nacional bombardeou a pessoa que analisava os processos com inúmeros presentinhos (viagem a balneários, notebooks, hospedagem em hotéis, passagens aéreas, visitinha a Bariloche e por aí vai).
Enfim, o que vemos por aí retratado em escândalos, propinas, subornos e afins, já é praticado há décadas em todas as esferas do Poder.
Alguns faturam “Mils”, outros “Milhares” e uns poucos “Milhões”.
Daí concluo que, dificilmente acreditarei num processo “transparente”, onde um ou outro não será beneficiado, direta ou indiretamente.
Ah, adivinhem se o consórcio nacional abocanhou a concorrência?
sexta-feira, 6 de maio de 2011
DOUTORAS - HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES

(Desconheço a autoria)
segunda-feira, 18 de abril de 2011
REALENGO - QUEM É O VERDADEIRO ASSASSINO?
sábado, 12 de março de 2011
A Mulher Mineira - por Drumond
O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar.
Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais,
como é que o falar, sensual e lindo ficou de fora?
Porque, Deus, que sotaque!
Mineira devia nascer com tarja preta avisando:
Ouvi-la faz mal à saúde.
Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para
assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso?
Assino achando que ela me faz um favor.
Eu sou suspeitíssimo.
Confesso: esse sotaque me desarma.
Certa vez quase propus casamento a uma menina que
me ligou por engano, só pelo sotaque.
Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem:
pode parar, dizem:"pó parar").
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas,
supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem -
lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.
Digo-lhes que não.
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade.
Fala que ele é bom de serviço.
Pouco importa que seja um juiz de direito,
um jogador de futebol ou um ator de filme pornô.
Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de
serviço.
Faz sentido...
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem.
Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas
há de perguntar pra outra: "cê tá boa?"
Para mim, isso é pleonasmo.
Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.
Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada.
Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer:
Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados.
Quer dizer, por exemplo, trabalhar.
Se lhe perguntarem com que você mexe, não fique ofendido.
Querem saber o seu ofício.
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir.
Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta.
Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo,
você liga e diz:
Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não,sô.
Esse "aqui" é outro que só tem aqui.
É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública,
de qualquer frase.
É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe
dando muita atenção: é uma forma de dizer, "olá, me escutem, por
favor".
É a última instância antes de jogar um pão de queijo
na cabeça do interlocutor.
Mineiras não dizem "apaixonado por".
Dizem, sabe-se lá por que, "pêxonado com".
Soa engraçado aos ouvidos forasteiros.
Ouve-se a toda hora: "Ah, eu pêxonei com ele...".
Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você,
um carro, um cachorro).
Elas vivem apaixonadas "com" alguma coisa.
Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe.
É um tal de "bonitim", "fechadim", e por aí vai.
Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?".
Traduzo: "E aí, vamos?".
Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de uma mineira.
Não ouvirá nunca.
Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela,
mas prefiro, com todo respeito, a mineira.
Nada pessoal.
Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas.
No supermercado, não faz muitas compras, ele compra "um tanto de côsa".
O supermercado não estará lotado, ele terá "um tanto de gente".
Se a fila do caixa não anda, é porque está "agarrando" [aliás,
"garrando"] lá na frente.
Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com
pena, suspirará: Ai, gente, que dó.
É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras.
Não vem caçar confusão pro meu lado.
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão".
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para
se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".
Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é
muitíssimo bom vai dizer: "Ô, é sem noção".
Entendeu, leitora? É sem noção! Você não tem, leitora, idéia do "tanto
de bom" que é.
Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para
dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?
Capaz... Se você propõe algo e ela diz: capaz!!!
Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo.
Quer dizer o quê? Sei lá, quer
dizer "ce acha que eu faço isso"? com algumas toneladas de ironia...
Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "Ô dó dôcê".
Entendeu? Não? Deixa para lá.
É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."?
Completo ele fica:- Ah, nem...
O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o
pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum.
Mas de jeito nenhum.
Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?".
Resposta: "Nem..."
Ainda não entendeu? Uai, nem é nem.
Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?
A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?".
A pergunta, mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"?
Tão simples. O resto do Brasil complica tudo.
É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...
Falando em "ei...".
As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi".
Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de
exclamação, a depender da saudade...
Tem tantos outros...
O plural, então, é um problema.
Um lindo problema, mas um problema.
Sou, não nego, suspeito.
Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares
das mineiras.
Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja
com a razão.
Se você, em conversa, falar: Ah, fui lá comprar umas coisas..
Ques côsa? - ela retrucará.
O plural dá um pulo.
Sai das coisas e vai para o que.
Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade".
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará:
Ele pôs a culpa "ni mim".
A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios em Minas...
Ontem, uma senhora docemente me consolou:
"prôcupa não, bobo!".
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se
espantam.
Talvez se espantassem se ouvissem um:
"não se preocupe", ou algo assim.
A fórmula mineira é sintética. E diz tudo.
Até o "tchau" em Minas é personalizado.
Ninguém diz tchau pura e simplesmente.
Aqui se diz: "tchau procê", "tchau procês".
É útil deixar claro o destinatário do tchau.
Então..."
Um abraço bem apertado procê.
Texto atribuído a Carlos Drumond de Andrade
segunda-feira, 7 de março de 2011
Dia Internacional da Mulher - Arnaldo Brandão
(Arnaldo Brandão)
Mulheres lutam boxe e viram freiras
Decidem eleições e pedem paz
As perfumadas cheiram como princesas
As loucas são tão boas, como as que são más
Mulheres querem mel, mesmo sendo abelhas
E, de tão vaidosas, querem muito mais
Se entregam ao prazer, possuídas
E todas ficam lindas, quando bem amadas
Mulheres podem ser
À lua cheia
Serpentes nos jardins de Allah
São deusas quando dão luz às estrelas
E à vida que um dia, veio do mar
Algumas mulheres, amam outras mulheres
Melhor do que alguns homens conseguem amar
As belas têm poder
As noivas sorte
Prostitutas viram santas quando gozam
Mulheres têm mistérios e se entendem
E uma vez por mês se deixam sangrar
Nos salões de beleza, feiticeiras
Se enfeitam simplesmente para se apaixonar
Dia Internacional da Mulher - Martha Medeiros
(Martha Medeiros)
Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali.
Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas.
O que não falta é candidata para tirar a roupa. Dá uma grana boa.
E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?
Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.
Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade...
É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história.
Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos.
Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana.
Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que se esperava com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo - prá citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.
Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira.
Mas é o que devemos continuar fazendo!
Dia Internacional da Mulher - Mulheressência
(Luiz Henrique Prieto)
Mulher, ser Divino
Tirada das Costelas de Adão
Será? Não sei não!
Afinal, como pode algo tão lindo
Descender de um pobre varão?
Embala, em teus braços,
Milhões de meninos
Nos lábios entoa
Suave canção
Mulheres-frutas
Algumas, azedas
Mulheres são divas
Desfilam beleza
Ainda que tristes
Esbanjam sorrisos
Pois guardam segredos
Há muito contidos
Mulher empresária
Mulher é pedreira
Mulher operária
Mulher parideira
Mulher cantora
Mulher meretriz
Mulher sofredora
Mulher feliz.
Mulher tomba-homem
Mulher arretada
Mulheres da vida
Mulher depravada
Mulher companheira
Mulher bordadeira
Mulher do cangaço
Mulher da peneira
Helenas de Tróia
Cleopátras, Rainhas
Giseles, Madonas
Mulher-paraíba
Mulher, do teu ventre
Brota a essência da vida
Em teu seio repousa
A seiva divina.
Dia Internacional da Mulher - Mulheres
Têm o seu dia todo especial, 8 de março, declarado o “Dia Internacional da Mulher” em homenagem à luta do sexo frágil por reconhecimento, igualdade de direitos e, acima de tudo, o seu papel na sociedade.
Passados cento e tantos anos, a luta continua, cada vez mais acirrada.
Difícil à beça prá mulher conquistar o seu lugar ao sol.
Num universo cada vez mais machista e exigente, as belas têm o seu lugar.
Afinal, quem é que quer ter uma baranga como secretária ou recepcionista?
Peitos e bundas siliconados, lábios preenchidos com botox, escova de diamante, dentes artificialmente clareados, pele esticadinha...uma brasa, mora?
Deusas intocáveis!
Mas sem nadica de nada na cabeça!
Na hora do rala-e-rola, tadinho do amado.
Sequer pode tocar no botox ou no silicone.
Borracha por borracha, sou mais uma mulher inflável.
E numa roda de amigos, bate papo correndo solto, a Deusa abre a boca e...
Melhor nem falar!
Em tempos de photoshop, qualquer dragão vira princesa!
Mas basta uma escorregadinha, um paparazzi mais atento e...zás!
Lá se vai a deusa perfeitinha!
Sou mais a mulher comum, a não-deusa.
Aquela que tem celulite, estria, que se comporta como requer o seu gênio e não como convém à sociedade.
Daquela s mesmo, que acham graça nas pequenas besteiras que dizemos, mas que viram feras quando desafiadas.
Dessas que menstruam e têm TPM e não se envergonham em falar de tal coisa.
Mulher que lava, que passa, que ri e que chora, que é mãe e menina, que dá colo e que quer colo.
Mulher que trabalha fora, que assume o papel de chefe de família, mas que não importa em ser gentilmente mandada prá cama, prá descansar, enquanto o amado cuida das tarefas domésticas.
Gosto de mulher que se assume, forte, frágil, seca, melosa, que assume outra mulher.
Mulher que adora escrever (e receber) bilhetinhos, seja com um pequeno poema, ou um simples coraçãozinho desenhado.
Mulher desastrada, nem sempre certinha.
Mulher que atrasa, mulher que improvisa.
Mulher que não tem vergonha de perguntar quando não sabe e que tem paciência de explicar o que nenhum homem consegue entender.
Mulher que é a primeira a acordar e a última a dormir.
Arrumando o marido, mandando os filhos à escola, cuidando da casa, arrumando o almoço, o café e a janta.
E ainda vem um infeliz, dizer que você não faz nada?
Mulher tem mais é que ficar na sua, no seu lugar de origem!
Sem essa de dirigir caminhão, conduzir grandes empresas,
Governar uma nação!
Mulher tem mais é que ficar num pedestal, sendo amada, idolatrada, respeitada e tratada com muito carinho.
quarta-feira, 2 de março de 2011
NOVE PASSOS
(Luiz Henrique Prieto)
1. Conhecer o terreno;
2. Saber o que dá prá ser plantado;
3. Preparar a semente;
4. Preparar o terreno;
5. Lançar a semente;
6. Ter paciência e cuidados durante a germinação.
Cada semente tem o seu tempo;
7. Cuidar do crescimento da planta, adubando, regando, afastando pragas e ervas daninhas.
Nada de apressar o crescimento!
8. Aguardar o amadurecimento dos frutos, para colhê-los na hora certa.
Nem verdes, nem podres.
Apenas maduros.
9. Após a colheita, preparar novamente o terreno, para a próxima safra.
Quem sabe, uma rotatividade de culturas?
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
ÍDOLOS - ELEJA O SEU!
No afã de aplacar nossas necessidades, ou mesmo pela absoluta falta do que fazer, criamos ídolos.
E nos escravizamos!
Pode ser um artista, um jogador de futebol, um piloto, talvez até mesmo alguém bem próximo da gente.
Refletimos em um ídolo tudo aquilo que temos vontade de ser / fazer, mas não tivemos coragem o suficiente para colocar em prática.
É isso mesmo: faltou CORAGEM, ATITUDE!
Nenhum ídolo chegou aonde chegou porque nasceu com o fiofó virado prá lua.
Mesmo aqueles que “tiveram a sorte” de nascer com todas as oportunidades possíveis e impensáveis, suaram muito a camisa para chegar ao topo.
Chegar ao topo.
Não é tão difícil quanto se pensa.
Manter-se no topo sim, dá uma trabalheira danada!
Uma das piores etapas da idealização é a mitificação, quando transformamos meros mortais em deuses.
Tsc, tsc.
Transferimos nossos sonhos e frustrações para os nossos ídolos.
E os coitados, às vezes, nem sabem da nossa existência, da nossa adoração.
Brigamos, defendemos, fazemos das tripas coração para estarmos próximos dos ídolos.
E eles nem tchum prá gente.
Claro que tem aqueles ídolos famosos, muito bem assessorados, que tentam passar uma imagem de bonzinhos para o público em geral.
Nem ia tocar no assunto “Fenômeno”, que pendurou as chuteiras essa semana.
Cidadão de bem, ídolo, mito, fenômeno.
Um herói que fez muito pelo Brasil!
Ahhhh, façam-me o favor!!!
Sério mesmo que o Fenômeno fez alguma coisa pela Pátria Amada?
Fez fama e carreira onde mesmo?
O rico dinheirinho tá guardado onde?
Particularmente, a mim não fez diferença nenhuma, o que esse cabrito fez pelo Brasil.
Enquanto milhares, talvez milhões de pessoas, lamentavam a “aposentadoria” do dito “Fenômeno”, o Congresso Nacional votava o “aumento” do salário mínimo.
Pão e Circo.
E disso que o povo gosta.
É isso que o povo quer.
Se tiver que eleger algum ídolo prá chamar de seu, dá um pulinho no banheiro, olha no espelho e diga prá ele, com firmeza:
“Ei, psiu! Agora o meu ídolo é você!”
P.S.: Tive que parar por aqui, porque descobri que a soma dos quadrados do capeta é igual ao cabelo da Medusa!
Prá não ficar demodê, tô sofrendo de hipo-sei-lá-o-quê-que-mia. =^^=
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Pessoas Invisíveis
Rio de Janeiro, Julho de 1978: Nasce Sandro do Nascimento, vulgo “Mancha”.
Belo Horizonte, Junho de 1973: Nasce Henrique Silva, vulgo “Duca”.
Ambos tornaram-se, em algum momento da vida, “Pessoas Invisíveis”!
Mancha ganhou notoriedade ao seqüestrar, em junho de 1990, um ônibus da linha 174, no Rio de Janeiro, quando manteve várias pessoas como reféns.
Recentemente, uma emissora de televisão reprisou “Última Parada 174”, filme de Bruno Barreto, onde é retratada de maneira poética, toda a trajetória de Sandro do Nascimento, o “Mancha”, da infância ao fatídico desfecho, quando morreu asfixiado por policiais, após ter tentado descer do ônibus com uma refém.
O que o filme não mostra, porém, são os bastidores da história de Mancha, as lacunas que não foram preenchidas e a mensagem de caráter social implícita nas entrelinhas.
Deixando de lado a parte artística de “Última Parada 174”, episódio que foi esmiuçado por toda a sorte de especialistas, vamos ater-nos à questão social implícita.
Em meados de 2006, Duca fazia a entrega de uma revista em quadrinhos, de caráter educativo, em um cruzamento de Belo Horizonte.
Ao aproximar-se dos veículos, sorridente, começou a perceber que não era bem quisto por ali, embora estivesse bem vestido, uniformizado e tratando as pessoas com um gentil “Bom Dia!”, seguido de um sorriso cordial.
Nascia ali, para Duca, o conceito de “invisibilidade social”.
Decidiu transformar aquela experiência negativa em algo verdadeiramente positivo.
Passou a cumprimentar, diariamente, todas as “pessoas invisíveis” que encontrava pelo caminho.
Duca trabalhou durante 13 anos como Orientador Social de adolescentes em cumprimento de medidas sócio-educativas, medidas estas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
Percebeu, ao longo deste período, que pouquíssimas pessoas importavam-se realmente em reintegrar um “jovem delinqüente” à Sociedade.
O Programa Sócio-Educativo consiste em dois momentos, ou módulos.
No primeiro módulo, os adolescentes são encaminhados pelo Juiz de Direito, através de Entidades de Assistência Social, para o cumprimento da respectiva medida sócio-educativa.
Na sua grande maioria, adolescentes oriundos de comunidades carentes, famílias destruídas, ou ainda, vítimas do abando e da violência.
Os jovens, com autoestima em baixa, são submetidos a aulas de artes circenses, jogos teatrais, apoio psicológico e todas as ferramentas disponíveis que permitam o resgate da dignidade.
No segundo módulo, os adolescentes são preparados para o mercado de trabalho, atuando como aprendizes, office-boys, office-girls, auxiliares de secretárias e por aí vai.
Nesta etapa, os jovens misturam-se às pessoas ditas “normais”, sem delitos, sem “ficha suja”.
O comportamento inicial dos adolescentes limita-se a andar de cabeça baixa, falar pouco, criando um ser introspectivo.
A tarefa de “puxar a língua” desses jovens cabe não apenas ao Orientador Social, mas a todos ali envolvidos.
Contudo, a sociedade, ali representada pelos funcionários, enxerga o adolescente como um “pequeno marginal, sem recuperação”, o que por si só acaba de vez com a autoestima do jovem.
Em algumas gerências (locais para os quais os adolescentes são encaminhados, após concluírem o primeiro módulo), são esquecidos como um objeto qualquer!
São tratados como “Coisinha”, “o Boy”, “a Girl”, “os meninos da AMAS”.
E isolam-se cada vez mais!
Mesmo antes de passar pela experiência negativa no sinal, Duca procurou despertar nestes jovens o interesse pela re-inclusão social. Já que não dava prá ser de um jeito, seria de outro.
A mudança era quase instantânea!
E Duca começou a tratá-los como iguais, cumprindo as mesmas tarefas, ensinando, aprendendo, compartilhando experiências positivas e negativas, conversando sério, contando piadas, ouvindo opiniões, interagindo com os adolescentes.
Inúmeras vezes sentou à mesa com o grupo de jovens invisíveis para almoçar, partilhar histórias e casos.
Mas, onde entra o “Mancha” nessa história?
O que os filmes não contam, mas vários artigos, incluindo o documentário “Ônibus 174”, do diretor José Padilha, é que Mancha assistiu ao assassinato da mãe, quando ainda era criança.
Após ir morar com a tia e sentir-se um estorvo, Mancha resolveu ganhar as ruas, rompendo qualquer vínculo (se é que um dia existiu) com a sociedade.
Passou a viver de déu em déu, sobrevivendo de esmolas.
Contudo, ganhar algo na cidade grande era deveras complicado.
Inúmeras pessoas passavam por Mancha diariamente, e sequer lhe dirigiam um olhar, ainda que de reprovação!
Mancha era invisível!
Mesmo pedindo esmolas nos sinais, fazendo malabarismos, não era notado!
Até que, num ato desesperado, apossou-se de um caco de vidro e ameaçou uma motorista.
Instantaneamente, o até então “ser invisível”, ganhou corpo e materialidade.
Como se uma assombração se materializasse ali, na frente da madame!
A já conturbada cabeça de Mancha assimilou de imediato a situação: “Ora, então se eu estiver armado, passam a me enxergar?”.
Deu-se assim a sua inserção na modalidade de assalto à mão armada.
Sem arma, era apenas um estorvo para a sociedade, um saco de lixo abandonado numa porta qualquer.
Não merecia sequer o desprezo das pessoas.
Armado, representava o poder absoluto, mediante o pavor das vítimas. Ganhara respeito.
Assim como os jovens “Falcões do Tráfico”!
Embora muitos vejam Mancha como um “psicopata” (tanto é que a população queria o seu linchamento no desfecho do sequestro), cabem aqui algumas informações importantíssimas, omitidas no filme, e deixadas nas entrelinhas do documentário:
- Mancha repetiu, inúmeras vezes, tanto para a mãe adotiva como para a “tia da ONG”, que um dia ficaria famoso e apareceria na televisão;
- Seqüestrou o ônibus com um revólver calibre 38 enferrujado, cinco ou seis balas no tambor, o que nos remete à tese que o crime ocorreu por mero acaso, sem planejamento;
- Se realmente quisesse “matar geral”, teria feito, pois oportunidades não lhe faltaram;
- O documentário de Padilha retrata os momentos em que Mancha conversava com os reféns, contando sua triste história, chegando inclusive a chorar por várias vezes.
Excluindo a sede de sangue da população e o sensacionalismo explorado pela mídia, temos a resposta que levou o sequestro ao final trágico: Tudo o que Mancha desejava era “ficar famoso e aparecer na televisão”.
Não pelo crime em si.
Mas para deixar de ser invisível!
Para que as pessoas que cruzassem o seu caminho, o olhasse nos olhos, com dignidade.
Decerto, se Mancha tivesse a oportunidade de materializar-se para a sociedade, não como um marginal, talvez como um ser humano miserável e esquecido, não ficaria tão famoso, tampouco apareceria na TV, mas exibiria um belo sorriso.
As histórias de Duca e Mancha se cruzam exatamente no instante em que se tornaram invisíveis para a sociedade.
Decidiram, cada qual ao seu modo, sair da invisibilidade.
Recentemente, Duca incorporou-se a uma ONG, cuja atividade é distribuir lanches para os moradores de rua, nas noites de Belo Horizonte.
A primeira experiência foi impactante: a coordenadora do grupo, à medida que iam caminhando pelas ruas, explicando as dificuldades que encontravam no trabalho voluntário, apontava aqui e acolá. “Ali tem um!”, dizia apontando para um canto qualquer.
Duca não conseguia enxergar. “Ali onde?”, perguntava.
Somente quando chegavam perto é que ele conseguia enxergar o “invisível”.
Moradores de rua, mendigos, lixeiros, catadores de papel, viciados, toda a sorte de pessoas “esquecidas” pela sociedade.
Gente que faz parte da paisagem de qualquer cidade, mas que a maioria das pessoas nem nota!
Em cada lanche entregue, um olhar de gratidão!
Muitos nem queriam o lanche, mas apenas bater um bom papo!
Faziam questão de dizer o nome completo, apertar a mão dos seus benfeitores e agradecer, visivelmente emocionados.
Quando disse que Duca passou a cumprimentar as “pessoas invisíveis” que encontrava pelo caminho, não me referi apenas aos moradores de rua, mendigos ou viciados.
Motoristas de ônibus, trocadores, porteiros, faxineiras, a “tia do café”, o caixa do supermercado e toda a sorte de pessoas que fazem trabalhos humildes, porém importantes.
Curioso ver como uma faxineira reage, ao ser tocada no ombro e ouvir um “Bom Dia”, dito de coração.
Troque o filtro do seu olhar e comece a procurar por aí as pessoas invisíveis!
Não precisa ir longe!
Vai ver, dentro da sua própria casa tem alguém que você não enxerga: seus filhos, a esposa, seus pais.
E da próxima vez que cruzar com Mancha ou Duca em um sinal de trânsito, olhe em sua direção.
Diga um “olá”, acene com a cabeça!
Não precisa abaixar o vidro!
Basta apenas enxergá-los!