quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

MINHA GAROTA


(by Luiz Henrique Prieto)


Queria, num fim de tarde, pegar minha garota e sair por aí. 
Entrelaçar os dedos, tomar um sorvete, um suco ou quem sabe um açaí. 
Andar a toa mesmo, sem destino ou direção. 
Deixar guiar os passos que obedeçam o coração. 
Olhar vitrines, ver um filme, enlaçar-lhe a cintura.... 
Afastar o cabelo que, teimosamente, cai sobre os olhos. 

Ah, os olhos... 
São de uma cor que nem as palhetas de Da Vinci criariam! 
De uma profundidade que me convida a mergulhar em seus mistérios. 
E de uma vivacidade tão intensa, mas tão intensa, que chego a ver pequenas labaredas bailando, desvairadamente. 

O sorriso perolado, feito garota-propaganda de comercial de creme dental, não pela brancura, mas pelo jeito sapeca que cada canto da boca insiste em querer alcançar o lóbulo da respectiva orelha. 

Perfume feito do mais puro jasmim. 

Olhos semicerrados, aspiro bem fundo, tentando reter nos pulmões o leve ar adocicado. 

E sorrio! 

Desfazendo o olhar nissei, sorrio novamente e me pergunto: onde está minha garota?

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