quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O QUE AS "CORRENTES" NÃO ENSINAM...

(por Luiz Henrique Prieto)

Freqüentemente tenho recebido e-mails que ensinam a evitar assaltos nos sinais, ficar atento a pessoas “suspeitas” nas ruas, prevenindo contra seqüestros-relâmpago, alertando sobre um sem-número de novos golpes aplicados por facínoras...

Graças a essa enxurrada de precauções, nem saio mais de casa...

E graças à quantidade de “correntes” que não passei adiante, hoje sou broxa, caolho, manco de uma perna, me tornei um miserável, perdi todos os meus amigos, não faço sexo há três anos, fui excomungado, sou um tremendo azarado, fui amaldiçoado e Deus me abandonou...

Curioso como essas pragas proliferam pela internet na velocidade da luz...

Mais curioso ainda é que ninguém nos ensina a ser gentis com os outros ou a ser tolerantes com as diferenças.

Ninguém nos ensina a apreciar as coisas belas da vida, presentes nas mais “insignificantes” manifestações da natureza...

Uma flor, um passarinho, um inseto...

Ninguém nos ensina a dizer “bom dia, boa tarde ou boa noite” aos nossos familiares...

Afinal, se um parente é gentil contigo, talvez esteja planejando o seu seqüestro...

E o que dizer do filho, que corre na sua direção para lhe encher de beijos e lhe dar um abraço verdadeiro ?

“Esse aí deve estar querendo um aumento de mesada”...

E coitada daquela pessoa do mesmo sexo que o seu, que lhe dirige um sorriso ou lhe faz uma gentileza...

”Deve ser bicha ou sapatão”...

Pois é...

As benditas correntes e o “Manual do Terror” ensinam a nos afastar das pessoas, a deixar de lado o convívio social...

Nem sabemos como é a cara do nosso vizinho, uma vez que morremos de medo de abrir o portão...

Coitado dele se passar mal de madrugada...

Os relacionamentos se tornaram virtuais...

E superficiais...

É preciso resgatar a essência do ser humano, a sinceridade, a crença no homem bom, independente de qual seja a sua religião, raça, credo ou opção sexual...

Aprenda a apreciar as pessoas não pelo que elas têm de bens materiais...

Imite a sinceridade e o amor puro das crianças...

Adote a gratidão e a lealdade dos animais...

Aceite o seu corpo tal qual Deus o fez...

E não tenha vergonha de sorrir, mesmo que lhe faltem os dentes...

Afinal, o sorriso vem da alma e se esta estiver podre, nem dentes de ouro lhe salvarão...

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